Acidente com Césio-137: há 37 Anos, Goiânia suspendeu festividades em meio à tragédia
O acidente ocorreu pouco mais de um mês antes, em 13 de setembro de 1987
Há exatos 37 anos, os principais jornais de Goiânia anunciaram a suspensão dos eventos em comemoração ao aniversário de 54 anos da capital devido aos “lamentáveis acontecimentos que consternaram a todos”. O comunicado referia-se ao acidente radiológico envolvendo o Césio-137.
“Faremos realizar uma missa campal às 9h30, na Praça Cívica, seguida de mensagem evangélica por intenção às vítimas, seus familiares e ao povo de Goiânia”, diz o comunicado publicado no dia 24 de outubro. A lembrança é do perfil @goiastemhistoria.
O acidente ocorreu pouco mais de um mês antes, em 13 de setembro de 1987, quando dois catadores de lixo invadiram o prédio abandonado do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) e encontraram uma cápsula de chumbo. Desconhecendo o que havia dentro, desmontaram a cápsula na tentativa de ganhar dinheiro. Ao abrir, se depararam com uma substância radioativa: 19,2 gramas de um pó branco, semelhante ao sal de cozinha, que emitia um brilho azulado escuro.
Nos quatro dias seguintes, parentes e vizinhos se revezavam em procissão na casa de Devair Ferreira para ver aquela substância, que não sabiam o que era. Ao fim, mais de seis mil pessoas foram prejudicadas de alguma forma por esse episódio (de acordo com uma associação que representa as vítimas do Césio).
Os contâineres com tudo o que foi contaminado estão enterrados em segurança no Parque Estadual Telma Ortegal (Peto), em Abadia de Goiás, e só poderão ser abertos daqui a 180 anos.