O sistema de monitoramento de raios da Equatorial Goiás registrou quase quatro milhões de descargas atmosféricas entre os meses de janeiro e setembro deste ano, um número menor em comparação ao ano passado, quando Goiás registrou 14,4 milhões de raios. Segundo o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás, Vinicyus Lima, o número de raios pode aumentar até o final do ano: “Ainda se esperam fortes tempestades até o final do ano, e os números podem subir significativamente nesses últimos meses”, destacou.

Segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 2018 a 2022, a média anual de descargas atmosféricas no país foi de 590 milhões. Nesse período, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul foram os estados com o maior número absoluto de ocorrências de raios.

O levantamento aponta que, nos primeiros nove meses do ano, as cidades com maior incidência de descargas atmosféricas foram Rio Verde (93.972), Jataí (91.482), Niquelândia (89.490), Mineiros (87.396) e Cavalcante (77.775). Esses dados destacam a importância de redobrar a atenção durante o período chuvoso, especialmente em regiões com maior atividade elétrica.

Vinicyus Lima comenta sobre os desafios enfrentados pela Equatorial na recuperação  da infraestrutura elétrica após severas tempestades “Os principais desafios enfrentados envolvem uma grande quantidade de equipamentos danificados, seja pela força dos ventos, que em algumas áreas superaram os 100 km/h, pelos raios ou por objetos lançados contra a rede elétrica. Esses fatores chegam a danificar até mesmo equipamentos recém-instalados. Em Cristalina, por exemplo, mais de 10 postes foram comprometidos pela intensidade dos ventos, impactando o sistema elétrico local, mas todos já foram substituídos”, destaca.

Por que tantos raios ?

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) destaca que o Brasil, por ser um país tropical, é o local com maior incidência de raios no mundo. Regiões quentes, como Goiás, criam condições ideais para a formação de tempestades e descargas elétricas. O aquecimento global tem intensificado essas condições, gerando temperaturas mais extremas e temporais mais intensos, o que, de acordo com os pesquisadores, têm levado a um aumento na quantidade de raios. Por isso, é crucial estar atento aos riscos que essas características naturais.

A força destrutiva dos raios é um fator importante a ser considerado. Uma descarga elétrica de um raio pode atingir correntes de até 30 mil amperes e custar até 1 bilhão de volts, o que pode causar sérios danos à rede elétrica e até provocar incêndios. “É crucial que a população compreenda os riscos associados às tempestades e siga as recomendações de segurança”, alerta o gerente 

Vinicyus comenta sobre quais medidas a Equatorial adota para garantir o fornecimento de energia durante as tempestades “Por meio do reforço das equipes bem comprometidas e investimentos em tecnologias é possível garantir a continuidade do fornecimento de energia durante as tempestades mais severas. Temos um sistema de monitoramento 24h da entrega, que é composto por uma rede de sensores meteorológicos distribuídos por diferentes pontos do Estado, que acompanha simultaneamente as condições atmosféricas, como temperatura, umidade, velocidade e direção do vento, e variações”,comenta. Veja os cuidados que a população deve obter neste período de tempestades:

Cuidados dentro de casa

• Evite o uso do celular, secador de cabelo e ferro elétrico conectados à tomada;   
•  Evite o uso de chuveiro ou torneira elétrica;   
•  Evite consertos de instalações elétricas;   
•  Se possível, permaneça dentro de casa enquanto estiver chovendo.   

Cuidados fora de casa  

Não encoste em objetos metálicos como postes, cercas de arame, tubos metálicos e principalmente linhas telefônicas ou elétricas;   

Não toque em aparelhos elétricos com as mãos ou pés úmidos; 

Não tente carregar aparelhos móveis, como celulares, em locais úmidos; 

Nunca tente desligar ou religar energia da rede elétrica por conta própria; 

Evite estar em locais como campos abertos, piscinas, lagos, praias, árvores isoladas, postes e locais elevados.