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quinta-feira, 31 de outubro de 2024
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Pesquisa

Riscos da internet para crianças e adolescentes

Estudo do CGI.br aponta que 29% dos jovens enfrentam ofensas online e 24% desejam diminuir o tempo de uso, evidenciando desigualdades de acesso e a necessidade de mediação parental para um uso mais seguro da rede

Postado em 25 de outubro de 2024 por Luana Avelar

Uma pesquisa divulgada hoje na última quarta-feira (23) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revela que o uso da internet por crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos no Brasil apresenta preocupantes desafios. De acordo com o estudo TIC Kids Online Brasil 2024, 29% desse público já enfrentou situações ofensivas ou discriminatórias na rede, enquanto 30% tiveram contato com desconhecidos, principalmente por meio de redes sociais e mensagens instantâneas. A coordenadora da pesquisa, Luísa Adib, destaca que a exposição a esses riscos é maior entre os adolescentes mais velhos, que são usuários mais frequentes dessas plataformas.

Outro dado apontado pela pesquisa é o uso excessivo da internet. Cerca de 24% dos jovens entrevistados afirmaram que gostariam de passar menos tempo conectados, mas não conseguem. Além disso, 22% admitiram que navegavam sem real interesse em conteúdo, e o mesmo percentual disse que o tempo online prejudicou atividades como lição de casa ou momentos com a família e amigos. Segundo Adib, esses dados refletem o atual debate sobre o tempo de tela e a qualidade do uso da internet por essa faixa etária. Ela reforça a importância de uma mediação parental ativa, que inclui estabelecer limites de tempo e orientar as crianças e adolescentes para um uso responsável.

A pesquisa também aponta que o acesso à internet entre as crianças e adolescentes brasileiros é quase total, atingindo 93% em 2024, ligeiramente abaixo dos 95% registrados no ano anterior. No entanto, a desigualdade social persiste, com um acesso quase universal entre as classes A e B (99%), enquanto nas classes D e E esse número cai para 91%. A região norte concentra o menor percentual de conectividade, com 85% de acesso.

Além disso, outro estudo feito pelo Instituto Alana em parceria com o Datafolha, divulgado recentemente, reforça as preocupações em torno do uso da internet por esse público. Segundo o levantamento, 93% dos entrevistados acreditam que crianças e adolescentes estão se tornando viciados em redes sociais, enquanto 92% afirmam que eles não têm capacidade de se proteger sozinhos contra conteúdos inadequados. O estudo também aponta que nove em cada dez brasileiros acreditam que as empresas de redes sociais fazem menos do que o necessário para garantir a segurança online de jovens.