Corrêa é eleito e pode ser cabo eleitoral em 2026
Candidato eleito em Anápolis foi apoiado por Daniel Vilela e Wilder Morais, dois possíveis postulantes ao governo estadual
A disputa eleitoral em Anápolis confirmou o cenário esperado, visto o resultado das urnas no primeiro turno. Márcio Corrêa (PL), que liderou a votação no dia 6 de outubro, derrotou Antônio Gomide (PT) e irá comandar o município a partir de janeiro de 2025. A confirmação da vitória de Corrêa na disputa pela Prefeitura de Anápolis veio por volta das 18 horas. Com 100% das urnas apuradas, Corrêa recebeu 58,56% dos votos válidos, enquanto o petista angariou 41,44% das confirmações das urnas.
A cidade foi a única, entre os municípios goianos que tiveram segundo turno, que o enfrentamento entre Caiado e Bolsonaro não aconteceu. O governador apoiou Eerizânia Freitas (União Brasil) em sua cidade natal, no primeiro turno. No segundo turno, Caiado se absteve. O chefe do Executivo estadual não declarou apoio oficial ao candidato do PL, mas também não “jogou contra”, afinal, a oposição era petista.
Eleito, Corrêa irá enfrentar a crise na saúde que vive a cidade. Os problemas sanitários – tema que é visto como inegociável para o eleitorado anapolino – predominaram nas discussões eleitorais. A crise resultou em, tanto Márcio, quanto Gomide, escolherem médicos para compor a chapa. Dr. Walter Vosgrau (MDB) é cirurgião cardíaco, e junto a Corrêa, foi eleito vice-prefeito de Anápolis. Na chapa derrotada, o vice também foi um médico, com Geraldo Espíndola (Rede) compondo a chapa de Gomide.
A coligação encabeçada por Márcio, “Anápolis do lado certo”, elegeu 9 vereadores para as 23 cadeiras disponíveis na Câmara Municipal. O PL e o MDB, partido do Corrêa e de seu vice, elegeram quatro vereadores, dois de cada sigla. Para governar, o prefeito deve ter o apoio de sua bancada e de vereadores da coligação, e terá que, em seu primeiro mandato em cargo Executivo, mostrar sua capacidade de articulação política.
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Cenário em 2026
A eleição de Márcio Corrêa também representa uma vitória do vice-governador e possível candidato ao governo do Estado em 2026, Daniel Vilela (MDB). Vilela, em Anápolis, foi na contra-mão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e decidiu apoiar Corrêa. O prefeito eleito já foi do partido do vice-governador, o MDB – que compôs a chapa, assumindo a vice.
A saída de Corrêa foi articulada pelo vereador eleito Major Vitor Hugo (PL), que aproximou o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro. A saída não impediu Daniel de apoiá-lo e, na disputa pelo governo de Goiás, em 2026, Vilela pode ser apoiado por Corrêa.
Quem também vê com bons olhos o governo do Estado em 2026, e também pode articular um possível apoio de Corrêa, é o senador Wilder Morais (PL). Frequentemente, o nome do parlamentar é colocado em uma possível disputa pelo Executivo goiano, que poderia colocar Wilder em rota de colisão com Vilela, que é apontado como o sucessor de Caiado no governo de Goiás.
Lado derrotado
O resultado também confirma a repetição do cenário vivido em 2020. Gomide, tal qual ocorreu em 2020 – quando o rival foi o atual prefeito da cidade, Roberto Naves (Republicanos) – liderou as pesquisas de intenção de voto durante boa parte da campanha eleitoral. Porém, viu a vantagem diminuir aos poucos, enquanto o candidato à direita, apoiado no conservadorismo característico do eleitorado anapolino, angariava, cada vez mais, o voto do eleitorado. (Especial para O Hoje)