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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Corrupção no STJ

STJ investiga desembargadores de Goiás por suspeita de venda de sentenças

Negociação de decisões aconteciam tanto no Mato Grosso do Sul quanto em Goiás

Postado em 28 de outubro de 2024 por Bruno Goulart
STJ investiga desembargadores de Goiás por suspeita de venda de sentenças
Foto: Agência Brasil

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está investigando o possível envolvimento de desembargadores de Goiás em um esquema de venda de sentenças para quadrilhas. A denúncia, revelada pela revista Veja, indica que o caso envolve também a manipulação de decisões judiciais por lobistas.

Até o momento, cinco desembargadores do Mato Grosso do Sul já foram afastados por determinação do ministro Francisco Falcão.

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A descoberta ocorreu após a Polícia Federal acessar o celular do advogado Roberto Zampieri, onde foram encontradas mensagens trocadas com o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves. Nas conversas, os dois mencionam a negociação de veredictos tanto no Mato Grosso do Sul quanto em Goiás, onde, segundo eles, teriam contatos capazes de influenciar desembargadores.

Subornos a servidores do STJ

A investigação ainda revelou que Zampieri e Gonçalves também subornavam servidores do STJ para produzir minutas de votos diretamente nos gabinetes de quatro ministros. Esses documentos eram então vendidos a clientes, garantindo decisões judiciais prontas sob medida.

Na operação Ultima Ratio, que já gerou grande impacto no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, a PF interceptou diálogos comprometedores entre Gonçalves e o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues. Em uma das trocas, datada de maio de 2023, Gonçalves enviou ao magistrado dois prints de processos do tribunal.

Dias depois, o desembargador solicitou que seu principal assessor imprimisse os votos relacionados ao caso, envolvendo uma causa de valor superior a R$ 64 milhões.

O nome de Andreson Gonçalves chamou atenção por seu vínculo com outro investigado, Felix Jayme Nunes da Cunha, que recebeu mais de R$ 1 milhão de uma empresa ligada ao lobista. A PF observou que esses valores foram retirados em dinheiro vivo, reforçando os indícios de suborno.

“Combinando os envios de extratos dos processos a Marcos Brito e a decisão dele em um dos casos, junto com as movimentações financeiras entre Andreson e Felix Jayme, temos fortes indícios de que o desembargador recebia propina,” apontou o relatório policial.

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