Ao longo de cerca de mil quilômetros, a Cordilheira do Espinhaço é o único sistema de montanhas do tipo no Brasil e um dos mais procurados destinos de ecoturismo do país. Reconhecida pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, a cordilheira corta Minas Gerais e se estende até o sul da Bahia, unindo uma diversidade impressionante de biomas, com a Mata Atlântica, o Cerrado e até a Caatinga, na região da Chapada Diamantina.

A Cordilheira do Espinhaço é habitat de uma fauna e flora excepcionais. Esse território abriga espécies raras, como o lobo-guará, a onça-pintada e a rolinha-do-planalto, uma das aves mais ameaçadas do Cerrado. A flora é igualmente especial, com destaque para as “sempre-vivas”, plantas exclusivas da região que compõem cerca de 70% de sua espécie no mundo.

Ao longo da cordilheira, nascem também três dos principais rios mineiros: o São Francisco, o Doce e o Jequitinhonha, que abastecem áreas importantes e servem de cenário para atividades de ecoturismo, como caminhadas e banhos de cachoeira.

Ecoturismo e cultura nas cidades históricas

Vários municípios mineiros, como Diamantina, Ouro Preto e Grão Mogol, fazem parte da Rota Turística da Cordilheira do Espinhaço. O destino oferece experiências variadas, desde trilhas e cachoeiras até mergulhos na história do Brasil colonial. Em Grão Mogol, por exemplo, o centro histórico preserva construções coloniais e igrejas centenárias, além de ser o lar da Casinha do Garimpo, que homenageia a história dos antigos mineradores da região.

Para os interessados em aventura, atividades como cicloturismo, trekking, observação de aves e mountain bike são populares entre os visitantes. Entre as cachoeiras mais visitadas estão a Cachoeira Véu da Noiva e a Cachoeira da Fumaça, ambas rodeadas pela vegetação única da região e trilhas acessíveis.

Arte e tradição no coração de Minas

O turismo na cordilheira vai além das paisagens naturais, envolvendo também o artesanato e as tradições culturais. Em Turmalina, cidade batizada em homenagem à pedra preciosa, os visitantes encontram bordados, cerâmicas e outras criações inspiradas na fauna e flora locais, além de eventos e apresentações folclóricas.

Outro destaque é a vinícola Vale do Gongo, localizada no Vale do Jequitinhonha. Lá, os visitantes podem degustar vinhos regionais e espumantes harmonizados com pratos típicos mineiros, como o famoso pão de queijo e a carne de panela.

Projeto de desenvolvimento e sustentabilidade

A valorização turística da Cordilheira do Espinhaço também recebe apoio de um projeto de desenvolvimento sustentável, lançado pelo Governo de Minas em parceria com o Sebrae e outras entidades locais. O programa promove a capacitação de pequenos empreendedores e o fortalecimento de serviços turísticos na região, buscando tornar o turismo uma atividade economicamente sustentável para as comunidades locais. Com isso, espera-se proteger a riqueza ambiental e, ao mesmo tempo, gerar oportunidades para os moradores da região.

A Cordilheira do Espinhaço, com sua biodiversidade singular e cultura rica, se posiciona como um destino imperdível para aqueles que desejam explorar a história e a natureza brasileiras em um só lugar.

*texto com informações: O Globo e Viajar Verde

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