10 livros essenciais para ler ao menos uma vez na vida
Em comemoração ao Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, trazemos uma seleção de obras que marcaram gerações e continuam a transformar vidas e expandir horizontes por meio de suas narrativas envolventes
A leitura é uma habilidade social, uma ponte de acesso ao mundo e às outras pessoas. Para a neurociência, é uma das habilidades mais incríveis que a humanidade já desenvolveu. Principalmente porque a leitura é capaz de transformar nosso cérebro.
Além disso, a leitura nos proporciona liberdade de pensamento, de informação e de criatividade, também nos permite ter empatia com personagens diferentes, pois conhecemos realidades diferentes da nossa e aprendemos a nos colocar no lugar do outro.
Os benefícios em cultivar o hábito da leitura são inúmeros.
Porém, a prática vem sendo deixado de lado devido ao aumento da tecnologia. Antes as pesquisas que eram feitas em livros e enciclopédias passaram a ser pela internet, que contém vídeos, imagens e áudios à disposição, dificultando o interesse em ler.
Mas se ainda assim, com as barreiras que a tecnologia às vezes impõe, você é um aficionado por leitura ou que está tentando começar este hábito tão importante para a saúde mental, O Hoje selecionou 10 livros essenciais para ler ao menos uma vez na vida. E não se enganem: os livros são ótimos e você não vai se arrepender da leitura.
Confira abaixo a seleção:
Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
Publicado em 1881, é uma das principais obras do escritor Machado de Assis. A publicação desse romance é considerada o marco inicial do Realismo no Brasil, e seu autor, por consequência, é reconhecido como o pai de tal movimento em terras brasileiras.
O contexto histórico que dialoga com o romance Memórias póstumas de Brás Cubas é o de um Brasil construindo sua urbanidade, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, capital nacional no período. De modo geral, a obra de Machado de Assis retrata os tipos e cenas comuns dessa sociedade carioca.
A libertação dos escravos, em 1888, e seus efeitos na vida urbana, assim como a reestruturação política brasileira a partir da Proclamação da República, em 1889, são alguns dos fatos históricos que permeiam o livro.
Romeu e Julieta – William Shakespeare
“Romeu e Julieta”, uma das mais icônicas tragédias de William Shakespeare, é uma história de amor trágico entre dois jovens de famílias rivais em Verona. O romance proibido de Romeu e Julieta é marcado pela paixão intensa, mas também pela desavença e pelo destino trágico que aguarda o casal. A peça explora temas como o amor proibido, conflitos familiares e a efemeridade da vida.
Com diálogos poéticos, cenas emocionantes e um desfecho trágico, “Romeu e Julieta” permanece como uma das obras mais emocionantes e universalmente reconhecidas da literatura, cativando gerações com sua representação arrebatadora do amor e do destino.
Vidas Secas – Graciliano Ramos
Em “Vidas Secas”, publicado originalmente em 1938 e considerado um dos mais importantes romances da história da literatura brasileira, o autor retrata a vida de uma família de retirantes nordestinos. O que impulsiona os personagens, Fabiano, Sinhá Vitória, os filhos e a cachorra baleia é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
Considerado o maior ficcionista do Modernismo brasileiro, Graciliano Ramos ficou conhecido por denunciar as mazelas sociais do Nordeste. Com “Vidas Secas”, ganhou o Prêmio Fundação William Faulkner, nos Estados Unidos. Ele morreu em 1953.
Cem Anos de Solidão – Gabriel García Marquez
Foi com este livro que “Gabo” trouxe para a América Latina um dos poucos Nobel de Literatura, em 1982. Considerada a obra-prima de García Márquez, neste livro conhecemos a fabulosa trama da família Buendía, que atravessa quatro gerações.
A matriarca Úrsula carrega o leitor pelos anos, personagens (muitos!), intrigas, casos fantásticos e, principalmente, sentimentos da família, que funciona quase como um personagem único. Quarenta traduções e mais de cinquenta milhões de exemplares vendidos afirmam a genialidade dessa obra imperdível.
Iracema – José de Alencar
Iracema, ícone do indianismo romântico, teve sua primeira publicação em 1865 e figura até hoje entre as principais obras literárias brasileiras. De autoria de José de Alencar, cujo projeto artístico envolvia a consolidação de uma cultura nacional, Iracema é uma narrativa de fundação, ou seja, seu eixo temático principal versa sobre a criação de uma identidade cultural, um texto que se orienta para representar a origem da nacionalidade brasileira.
É por meio do enlace amoroso entre a índia Iracema, representante do povo nativo ameríndio, e o português Martim, colonizador português do século XVI, que José de Alencar constrói uma narrativa que remonta à gênese da pátria brasileira: esse encontro de raças teria gerado o povo brasileiro.
Orgulho e Preconceito – Jane Austen
Orgulho e preconceito é o livro mais famoso de Jane Austen e possui uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy.
Nesse livro, aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito, ascendência social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. O livro pode ser considerado a obra-prima da escritora, que equilibra comédia com seriedade, observação meticulosa das atitudes humanas e sua ironia refinada.
Macunaíma – Mário de Andrade
Macunaíma, de Mário de Andrade, é um livro modernista, publicado, pela primeira vez, em 1928. Conta a história de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Índio nascido na Floresta Amazônica, depois de perder a muiraquitã dada por sua companheira, Ci, a Mãe do Mato, ele decide viajar até a cidade de São Paulo para recuperar o amuleto.
Na trajetória do herói, elementos da cultura indígena e afro-brasileira são mostrados ao leitor e à leitora. Desse modo, a obra se configura em uma narrativa nacionalista, mas de caráter crítico, já que os personagens são apresentados sem nenhuma idealização. Além disso, a língua portuguesa é mostrada em sua rica variedade.
1984 – George Orwell
A inspiração para o reality show Big Brother. Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário.
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico.
De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que “só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro”.
As Meninas – Lygia Fagundes Telles
Em um pensionato de freiras paulistano, em 1973, três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas. A burguesa Lorena, filha de família quatrocentona, nutre veleidades artísticas e literárias. Namora um homem casado, mas permanece virgem. A drogada Ana Clara, linda como uma modelo, divide-se entre o noivo rico e o amante traficante. Lia, por fim, milita num grupo da esquerda armada e sofre pelo namorado preso.
Transitando com notável desenvoltura da primeira pessoa narrativa para a terceira, assumindo ora o ponto de vista de uma, ora de outra das protagonistas, Lygia Fagundes Telles constrói um romance pulsante e polifônico, que capta como poucos, o espírito daquela época conturbada e de vertiginosas transformações, sobretudo comportamentais.
Obra de grande coragem na época de seu lançamento nos anos 70, por descrever uma sessão de tortura numa época em que o assunto era rigorosamente proibido, “As Meninas” acabou por se tornar, ao longo do tempo, um dos livros mais aplaudidos pela crítica e também um dos mais populares entre os leitores da autora.
Frankenstein – Mary Shelley
Há inúmeras obras de terror que poderiam ser citadas em uma lista de livros essenciais da literatura, mas “Frankenstein” jamais poderia ficar de fora.
Escrito por Mary Shelley, autora que revolucionou a literatura gótica, Frankenstein conta sobre a misteriosa criação do doutor Victor Frankstein, que encontra a fórmula perfeita para criar vida em um laboratório. É um livro essencial para quem sente que não pertence a este mundo.
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