Tempestades devastaram a província de Valência, no leste da Espanha, deixando ao menos 95 mortos, segundo autoridades locais na quarta-feira (30). Este é o pior desastre natural na história recente do país. As inundações transformaram vilarejos em rios, arrastaram veículos e interromperam o tráfego de trens e estradas, e ainda há pessoas desaparecidas.

“Enfrentamos uma situação extremamente grave”, declarou o ministro de Políticas Territoriais, Ángel Víctor Torres. “O fato de que não podemos dizer o número de pessoas desaparecidas indica a magnitude da tragédia.” Das vítimas confirmadas até o momento, 92 são da região de Valência, duas de Castela-Mancha e uma de Andaluzia. O governo espanhol decretou três dias de luto oficial, a partir de quinta-feira.

De acordo com o Aemet, serviço meteorológico espanhol, Valência registrou mais chuva em oito horas do que nos 20 meses anteriores. Ricardo Gabaldón, prefeito da cidade de Utiel em Valência, relatou ao canal nacional RTVE o impacto devastador. “Ontem foi o pior dia da minha vida. Perdemos seis pessoas, com outras ainda desaparecidas. Carros e contêineres flutuavam pela cidade, e a água chegou a 3 metros de altura.”

A região enfrentou não só chuvas intensas, mas também granizo e ventos fortes. O Aemet alerta para a continuidade das tempestades até nesta quinta-feira (31). A tempestade também atingiu Mallorca e as Ilhas Baleares na segunda-feira (28), onde permanece um alerta amarelo para tempestades em algumas áreas. Para coordenar os esforços de resgate, o primeiro-ministro Pedro Sánchez instituiu um comitê de crise. Brigadistas e mais de 1,1 mil soldados da unidade de resposta a emergências foram enviados às áreas afetadas para auxiliar nas operações de resgate e apoio.