Centrão começa a divergir e alianças pela presidência da Câmara se redefinem
Motta consolida apoios, Brito persiste na disputa, e Elmar vê candidatura enfraquecida
As negociações para a presidência da Câmara Federal avançam, com o Centrão brigando por uma candidatura – ou melhor, uma fatia do poder.
Com a candidatura de Hugo Motta (Republicanos) fortalecida pelo apoio de líderes influentes, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o União Brasil começa a sinalizar uma possível adesão a Motta em troca da presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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Dessa forma, a articulação entre o União Brasil, que tem como pré-candidato Elmar Nascimento, e o PSD, representado por Antônio Brito, inicialmente vista como uma frente unida contra Motta, aparenta perder força.
Presidência da Câmara
Ao O HOJE, o deputado federal José Nelto (UB) reafirmou o que havia dito antes: Elmar Nascimento (UB) segue como seu preferido.
Questionado sobre a possibilidade do União Brasil apoiar Motta, o deputado foi categórico. “Quem faz acordo sem conversar comigo, não tenho obrigação de seguir. Penso no Brasil”, declarou Nelto, ao reforçar a possibilidade de não apoiar o alinhamento com Hugo Motta.
Os principais líderes do PSD e do União Brasil se reúnem neste sábado (2), em São Paulo, para discutir o que fazer. Estarão presentes no encontro Gilberto Kassab (PSD), Antonio Rueda (União Brasil), e os deputados Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), candidatos à presidência da Câmara.
Embora Brito tenha reafirmado sua candidatura, as chances de Elmar Nascimento seguir na disputa são cada vez menores, especialmente após sinalizar ao partido a necessidade de mais diálogo com outras legendas.
Das seis maiores bancadas da Câmara, cinco já declararam apoio a Hugo Motta, incluindo PT, PL, PP, Republicanos e MDB. A única bancada restante é a do União Brasil. E, nos bastidores, o PT sinaliza apoio a Motta em troca do direito de indicar um nome para o Tribunal de Contas da União (TCU).
Com o cenário pendendo para a candidatura de Hugo Motta, a tendência é que outros partidos abandonem suas candidaturas em troca de posições estratégicas, fortalecendo ainda mais o apoio ao republicano e consolidando sua posição para a presidência da Câmara.