Mulheres descobrem que foram trocadas na maternidade há 55 anos; entenda
Teste de DNA revelou caso
Em um caso inédito no Reino Unido, duas mulheres descobriram que foram trocadas na maternidade há 55 anos. A revelação ocorreu após testes de DNA realizados casualmente em casa. O episódio abriu uma discussão sobre o erro hospitalar e levou as famílias a processarem o governo britânico por uma indenização, considerada justa para um caso de tamanha singularidade.
A mídia britânica optou por preservar a identidade das mulheres. No entanto, informações iniciais revelam que as famílias estão sendo referidas como Tony, Claire e Jessica. Joan, mãe biológica de uma das mulheres, também é mencionada na cobertura do caso.
Trocadas na maternidade há 55 anos
A descoberta teve início em 2022, quando Tony realizou um teste de DNA que ganhou de presente e buscava compreender mais sobre sua própria saúde. Anteriormente, em 2020, Claire, outra mulher da mesma cidade, também havia feito um exame de DNA, incentivada por seu filho. No entanto, quando Jessica, irmã com quem Tony foi criado, presenteou o irmão com um novo teste, o resultado trouxe uma surpresa: ela não estava registrada na lista de parentes de Tony. No lugar, apareceu o nome de uma pessoa desconhecida.
Intrigado, Tony entrou em contato com a pessoa indicada como irmã em seu teste de DNA. Após trocarem e-mails e confirmarem que ambos nasceram no mesmo hospital, o homem concluiu que ele e sua “nova irmã” haviam sido trocados logo após o nascimento.
Troca acidental em 1967
O caso remonta ao ano de 1967, no hospital de West Midlands. Joan, mãe biológica de Claire, havia planejado ter um parto domiciliar. Contudo, devido a picos de pressão arterial, optou por dar à luz no hospital. Após o nascimento, a recém-nascida foi encaminhada ao berçário enquanto a mãe descansava, conforme os protocolos da época. Na ocasião, as bebês nasceram com apenas uma hora e meia de diferença e apresentavam algumas semelhanças físicas, exceto pela cor do cabelo. Isso, no entanto, não levantou suspeitas entre os familiares.
Ainda assim, ao longo da vida, Claire mencionou sentir-se diferente de seus pais e chegou a suspeitar de uma possível adoção. O resultado de seu exame de DNA confirmou a ausência de parentesco com os pais e revelou a presença de um primo desconhecido, fortalecendo a hipótese de que algo estava errado. Dois anos depois, em 2022, uma notificação do serviço de DNA indicou que ela tinha um irmão. A informação possibilitou que Claire rastreasse Joan, sua mãe biológica.
Reencontro e divergências familiares
A busca pela nova família trouxe mudanças significativas para Claire. Ao conhecer Joan, as duas estabeleceram uma forte conexão. Compartilhavam gostos semelhantes, como preferências por roupas e alimentos, e ambas apreciavam chá, fortalecendo a sensação de familiaridade entre elas. Joan e Claire viajaram juntas para investigar a origem familiar e conhecer outros parentes biológicos.
Contudo, a descoberta afetou a relação com Jessica, que foi criada junto de Tony. Sentindo-se incomodada pela presença da “nova irmã”, Jessica se distanciou, deixando de chamar Joan de mãe.
Embora o caso possua elementos comuns a histórias fictícias, a troca de bebês em hospitais é rara. No Reino Unido, até então, não havia registros oficiais de casos similares. No Brasil, episódios de troca de bebês têm sido mais frequentes. Em 2021, duas meninas de 7 anos descobriram, por exames de DNA, que haviam sido trocadas ao nascer em Brasília. Em 2023, outro exame de DNA revelou a troca de duas crianças, 30 anos após o nascimento, em uma cidade do interior da Paraíba.
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