Hamilton ergue bandeira brasileira em homenagem a Senna, em Interlagos
Tributo ao Senna em Interlagos desperta memorias dos Brasileiros
Na manhã do último domingo, os corações brasileiros foram transportados há uma era dourada, um tempo em que os domingos começavam cedo e se preenchiam com a expectativa de ver Ayrton Senna voando nas pistas. No Grande Prêmio de São Paulo, a história voltou a ser contada com um toque contemporâneo e emocionante. O palco foi Interlagos foi cena de um verdadeiro tributo. Dessa vez, a lendária McLaren MP4/5B de Senna rasgou o autódromo ao som inconfundível de um motor que transcende gerações, sob o comando de um grande admirador, Lewis Hamilton.
Para os mais velhos, ver aquele carro icônico em ação, escutar seu ronco nostálgico do motor em Interlagos foi como reabrir as portas de um tempo que parecia guardado só na memória. Para os mais jovens, que apenas ouviram as histórias sobre o ídolo brasileiro e as manhãs de Fórmula 1, foi um presente ver Senna, ou melhor, seu espírito, novamente em ação. A chuva que caiu durante a apresentação parecia mais um elemento da narrativa que tornava aquele momento ainda mais especial. Afinal, era sob essas condições que Ayton ficou conhecido como “O Rei da Chuva”.
O “Patrão” (apelido de Hamilton) manejou a McLaren com o seu capacete verde e amarelo, uma homenagem direta a Senna, reforçava o simbolismo do momento. A chuva caía, assim como nas tantas vitórias épicas do brasileiro. Na sua última volta, Hamilton repetiu o gesto que eternizou Senna aos olhos do mundo. Ele ergueu a bandeira brasileira, trazendo para a pista a identidade de um país apaixonado. Ele já havia feito isso antes, na vitória de 2021 em Interlagos, mas agora, a combinação do carro, da chuva e do capacete ecoou a presença de Senna, como se o tricampeão mundial estivesse ali, em alma e coração.
Para muitos brasileiros, essa bandeira nas mãos de Hamilton remeteu àquela cena emblemática de 1986 em Detroit, quando Senna levou a bandeira após sua vitória. Naquele dia o Brasil sofria pela eliminação na Copa do Mundo para a França. (país de Alain Prost, seu grande rival) e encontrava consolo no triunfo de Ayrton. Era como se Senna tivesse mostrado erguendo a moral de uma nação, trazendo um alívio em meio ao choro esportivo.
Agora, trinta anos após a despedida de Ayrton, ficou claro que sua ausência ainda é sentida com a mesma intensidade de antes. Ao fim da apresentação, Lewis Hamilton, visivelmente emocionado, acariciou o carro como se agradecesse ao seu herói.