Mabel precisa acomodar aliados, mas fonte garante que ele não está preso a promessas
Interlocutor afirma que a pressão por cargos é natural, porém informa que o prefeito eleito não fez compromissos específicos
Por Francisco Costa
O prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil) tem um desafio pela frente. Além das questões financeiras, ele terá que lidar com a situação política, a fim de amparar aliados com cargos. O momento é de transição, mas em dois meses o empresário assume a prefeitura de Goiânia e já sinalizou que pretende reduzir o número de secretarias.
No primeiro turno, Mabel reuniu uma coligação robusta, com União Brasil, MDB, Podemos, Avante, Agir, PRD, Republicanos e PP. No segundo turno, ele garantiu, ainda, siglas como PDT, PRTB e Mobiliza ao projeto. Uma fonte que orbita a estrutura do político, contudo, garante que não há desconforto do candidato na montagem do grupo. Isso porque Sandro não fez promessas e compromissos que poderiam comprometer a gestão dele.
“A pressão é natural, é um momento de ansiedade. Ela sempre vem, mas Mabel está tranquilo, pois não fez compromissos que o atrapalhe”, revela a fonte. Segundo esta pessoa, não houve construção ou negociação de secretarias, por exemplo. A formação da coligação ocorreu de forma natural, pois o empresário era indicação de nome do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do vice-governador Daniel Vilela (MDB).
“Como foi em um projeto governista, é natural que esses partidos queiram se juntar. Da mesma forma, é natural que eles queiram e tenham espaços. Mas mais uma vez, Mabel não precisou fazer promessas de espaços específicos.”
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Com isso, o interlocutor afirma que as decisões caberão a Mabel e ninguém deverá ficar frustrado com as escolhas. Ele admite, entretanto, que o MDB, partido presidido por Daniel e que ficou de fora da chapa majoritária, deverá ter um espaço natural. “Mas não se sabe o tamanho. O prefeito eleito deve destinar espaço, mas para quem conseguir ocupá-lo, alguém que saiba comandar a pasta”, antecipa.
Inclusive, a ideia é que Sandro Mabel monte um grupo técnico e político para ficar à frente das secretarias. O empresário entende a necessidade de conciliar os dois segmentos. “Em toda gestão que funciona existe a mistura do político e técnico. Não é possível negar a política”, esclarece. E completa: “Ele quer o ‘feeling’ político na equipe”.
Vereadores
Mabel terá aproximadamente 30 vereadores dos 37 eleitos na base. Questionado sobre como ficam as indicações dos membros da Câmara, o entrevistado afirma que haverá conversas nesse sentido, mas que Mabel será cauteloso. “Abrir a porteira não pega bem. Nem os vereadores respeitam esse tipo de postura. E vai contra o discurso dele, também.”
Só para esclarecer, os eleitos pelo PT, PL e PSDB podem ficar na oposição. Os demais podem ficar na base. Até porque boa parte deles está em partidos que fazem parte da coligação de Sandro Mabel: União Brasil, MDB, Podemos, Avante, Agir, PRD, Republicanos e PP.
São eles: Lucas Kitão, Rose Cruvinel e Denício Trindade, do União Brasil; Sargento Novandir, Henrique Alves, Pedro Azulão Jr., Igor Franco, Anselmo Pereira, Luan Alves, Bruno Diniz e Lucas Vergílio, do MDB; Léia Klebia (Podemos), Thialu Guiotti (Avante), Dr. Gustavo (Agir), Romário Policarpo, Cabo Senna e Markim Goya, do PRD; Geverson Abel e Isaías Ribeiro, do Republicanos; e Heyler Leão e Sanches da Federal, pelo PP.
O PDT, de Juarez Lopes, e o PRTB, de William do Armazém Silva e Daniela da Gilka, declararam apoio a Mabel no segundo turno e devem permanecer com o prefeito eleito. Já o Solidariedade de Rogério Cruz ficou neutro, mas fontes indicam aliança com Sandro. O partido elegeu: Ronilson Reis, Léo José e Welton Lemos. É o mesmo caso do DC, de Wellington Bessa.
Secretarias
Em entrevista ao Mais Goiás na última semana, Sandro Mabel disse que poderia reduzir o número de pastas. Ele também afirmou que ainda não pensava nas indicações. “Eu não posso escolher secretário agora, porque eu nem sei que secretaria eu vou ter. Primeiro, eu quero ver quais vão ser separadas, anexadas. Tem pastas que têm muita coisa.” Atualmente, a administração pública conta com 29 pastas. (Especial para O Hoje)