No Fórum Parlamentar do G20, líderes defendem mais mulheres no Congresso brasileiro
Exemplos bem-sucedidos de paridade de gênero vieram de outros países, como o México
O Fórum Parlamentar do G20, que reúne parlamentares de diferentes países, trouxe à tona, nesta quarta-feira (6), o debate sobre a paridade de gênero nas casas legislativas. Durante o encontro, foi discutida a importância de aumentar a participação feminina na política, um tema que já está sendo tratado com prioridade em diversas nações.
A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) foi uma das vozes que destacaram a urgência de se alcançar a paridade de gênero nos parlamentos. Ela lembrou que, enquanto em muitos países essa meta já foi alcançada, no Brasil as mulheres ainda representam apenas 17% da Câmara dos Deputados e 18% no Senado. “A falta de consciência sobre a importância de ter espaços múltiplos e representativos persiste no Brasil”, lamentou a deputada. Carneiro defendeu a necessidade de mudanças na legislação para garantir mais mulheres nos espaços de decisão política.
Exemplos bem-sucedidos de paridade de gênero vieram de outros países, como o México. A deputada Julieta Villalpando Riquelme, do Congresso mexicano, compartilhou sua experiência positiva, mencionando que, hoje, o país conta com um Congresso de maioria feminina, além de ter pela primeira vez uma mulher na presidência. “Nos sentimos honradas com os avanços que conseguimos e estamos trabalhando para apoiar o governo atual”, afirmou Villalpando. Ela acredita que o Brasil pode colher valiosas lições de seu país.
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O debate também contou com a contribuição da vice-presidente do Parlamento Pan-Africano, Lúcia dos Passos. Ela destacou a importância da troca de experiências entre os parlamentares e falou sobre as iniciativas africanas para promover a igualdade de gênero. “Estamos trabalhando para criar uma legislação modelo no continente africano”, revelou Lúcia.
No Brasil, a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) afirmou que é inadmissível a baixa participação política das mulheres, especialmente em um país onde elas representam a maioria da população. “Temos um compromisso com uma política identitária, com foco em romper a exclusão”, disse a deputada, destacando a necessidade de um movimento mais forte para garantir mais representatividade.
Por fim, a vice-presidente do Parlamento Europeu, Christel Schaldemose, comemorou o encontro e afirmou que a baixa presença feminina nos parlamentos é uma realidade global. Ela contou a experiência do Parlamento Europeu, que teve uma mulher na presidência, e ressaltou que ações como essa incentivam mais mulheres a ingressarem na política.