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sexta-feira, 8 de novembro de 2024
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Como os cientistas calcularam a idade da Terra?

Métodos de datação radiométrica, como a análise do urânio, por exemplo, possibilitam o cálculo da idade do planeta; entenda

Postado em 8 de novembro de 2024 por Thais Aires

A determinação da idade da Terra é uma questão que fascina cientistas e curiosos há muito tempo. Hoje, sabe-se que nosso planeta tem aproximadamente 4,54 bilhões de anos, mas como foi possível chegar a essa estimativa? A resposta está nas rochas e em um método científico fundamental: a datação radiométrica.

Desde o século XIX, diferentes teorias tentaram calcular a idade da Terra. Um dos primeiros cientistas a abordar o problema foi Lord Kelvin, físico e matemático irlandês, que, no final do século XIX, estimou que a Terra teria entre 20 e 400 milhões de anos, com base no tempo necessário para o planeta esfriar. Embora sua estimativa tenha sido imprecisa, ela abriu caminho para uma compreensão mais profunda sobre como a ciência poderia estimar a idade do planeta.

O processo de datação radiométrica

Atualmente, os geólogos utilizam a datação radiométrica para calcular a idade das rochas e, consequentemente, do próprio planeta. Esse processo envolve a análise de isótopos radioativos encontrados em minerais das rochas. Um dos elementos-chave nesse processo é o urânio, que, ao longo do tempo, se transforma em chumbo por meio de um processo de decaimento radioativo. A quantidade de urânio e chumbo presente na amostra ajuda a determinar há quanto tempo a rocha foi formada.

Amostra de zirconita em museu na França. A presença do urânio na rocha permite que cientistas calculem idades de até 4,4 bilhões de anos atrás (Imagem: Koreller/Wikimedia Commons/Canaltech)

Os geólogos preferem o uso de zircão, um mineral que contém grandes quantidades de urânio. Através de técnicas laboratoriais, os cientistas podem medir as quantidades desses elementos e calcular a idade das amostras. Utilizando essa abordagem, foi possível encontrar minerais com até 4,4 bilhões de anos. No entanto, a idade precisa da Terra foi definida em 4,54 bilhões de anos, com uma margem de erro de cerca de 1%.

Como meteoritos e rochas da lua contribuem para a estimativa

A tarefa de determinar a idade da Terra é desafiadora, já que muitas das rochas mais antigas foram alteradas ou destruídas ao longo do tempo pelos movimentos das placas tectônicas. No entanto, ao estudar rochas de meteoritos que atingiram a Terra, além das rochas lunares, os cientistas conseguiram encontrar amostras que preservaram sua idade original, ajudando a preencher lacunas e confirmar a idade do nosso planeta.

Os meteoritos, por exemplo, datam de mais de 4,56 bilhões de anos, e as rochas lunares também fornecem dados cruciais. Esses achados indicam que a Terra e os outros corpos do sistema solar se formaram pouco tempo após o Big Bang, há cerca de 13,8 bilhões de anos, quando a nebulosa solar começou a se condensar, originando o Sol e, posteriormente, os planetas.

A construção da linha do tempo solar

A datação das rochas e dos meteoritos foi essencial para os cientistas construírem uma linha do tempo detalhada sobre a formação do sistema solar. Por meio dessa técnica, foi possível determinar que a Terra começou a se formar logo após o Big Bang, quando o sistema solar se originou da condensação de uma nuvem de gás e poeira cósmica.

Embora a ciência nunca possa fornecer um “certificado de nascimento” exato para a Terra, as estimativas baseadas em dados científicos robustos oferecem uma compreensão muito mais precisa da idade do nosso planeta. A técnica de datação radiométrica continua sendo uma das mais confiáveis, revelando que a Terra possui uma idade estimada em 4,54 bilhões de anos, uma janela de tempo que nos aproxima das origens de nosso planeta.

E os humanos?

A hipótese científica mais aceita atualmente para a origem da humanidade é de que a espécie humana moderna (chamada de Homo sapiens) surgiu na África, há cerca de 200 mil anos, depois de um processo evolutivo de milhões de anos.

Segundo informações da Human Origins Program (Programa Origens Humanas) do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian (Estados Unidos), antes do homem moderno, outros hominídeos já ocupavam o planeta.

O programa afirma que a maioria dos cientistas reconhece cerca de 15 a 20 espécies diferentes de humanos primitivos. No entanto, não há concordância sobre como essas espécies estão relacionadas ou quais delas simplesmente se extinguiram.

Até então, a evolução humana acontece inteiramente no continente africano. Segundo o programa do Smithsonian, todos os fósseis dos primeiros seres humanos, que viveram entre seis e dois milhões de anos atrás, vêm da África.

Um crânio neandertal (espécie irmã de Homo sapiens), um dos mais completos encontrados até agora, permanece próximo a esqueletos humanos. Museu de l’Homme, Paris, França. (Foto de Rémi Bénali/National Geographic)

 

 

 

 

 

 

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