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domingo, 22 de dezembro de 2024
Manifestação

Goiânia será palco de manifestação contra escala 6×1 na próxima sexta-feira

Na próxima sexta-feira (15/11), durante o feriado da Proclamação da República, um grupo de trabalhadores realiza uma manifestação em frente ao Buriti Shopping, em Goiânia

Postado em 13 de novembro de 2024 por Micael Silva
Goiânia recebe manifestação contra jornada de trabalho 6x1 Foto: Divulgação
Goiânia recebe manifestação contra jornada de trabalho 6x1 Foto: Divulgação

Na próxima sexta-feira (15/11), durante o feriado da Proclamação da República, um grupo de trabalhadores realiza uma manifestação em frente ao Buriti Shopping, em Goiânia. O ato busca contestar a escala de trabalho 6×1, exigindo melhores condições e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Organizado por grupos sindicais e pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), o protesto chama a atenção para o impacto de longas jornadas sobre a saúde dos trabalhadores.

O vereador Fabrício Rosa, um dos líderes do movimento em Goiânia, afirma que o protesto foi marcado para dialogar com trabalhadores da periferia que enfrentam jornadas consideradas “extenuantes” no regime 6×1. Para ele, a proposta visa permitir mais tempo para cuidados pessoais e atividades fora do trabalho. “A luta por uma jornada equilibrada é necessária. A pressão precisa continuar para que a mudança ocorra”, afirmou o vereador .

Leia mais: PEC sobre fim da escala 6×1 atinge número necessário de assinaturas

A mobilização em Goiânia faz parte de um movimento mais amplo. Organizações sindicais e grupos de trabalhadores têm promovido discussões nas redes sociais, especialmente na plataforma X, em defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa limitar a jornada semanal a 36 horas e o trabalho a quatro dias por semana. De autoria da deputada Erika Hilton, a PEC busca reduzir a carga horária e eliminar a escala 6×1, que concede apenas um dia de descanso aos trabalhadores.

Atualmente, a PEC conta com 194 assinaturas de deputados no sistema da Câmara Federal, ultrapassando o mínimo de 171 assinaturas para sua tramitação. A proposta segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovada, será encaminhada a uma comissão especial antes de passar pelo Plenário, onde são necessários 308 votos para sua aprovação. Caso receba apoio suficiente, será submetida ao Senado, onde precisará novamente de três quintos dos votos para sua implementação.

Segundo o vereador Rosa, a luta pela redução da jornada de trabalho é histórica e remonta à Revolução Industrial, período em que surgiram as primeiras reivindicações contra jornadas abusivas. Ele destaca que o Brasil é um dos países com mais casos de Burnout e acidentes de trabalho, o que reforça a necessidade de mudanças legislativas. “Precisamos enfrentar essa realidade. O Brasil lidera casos de esgotamento e acidentes, e é urgente mudar esse cenário”, disse Rosa.

Apoiada por sindicatos, a proposta conta com apoio popular crescente, mas enfrenta resistência no Congresso. O vereador ressalta que a pressão social é fundamental para avançar no debate e conquistar apoio de mais parlamentares. Para Rosa, muitos trabalhadores brasileiros, cerca de 60%, ganham apenas um salário mínimo e enfrentam jornadas exaustivas, o que demonstra a importância da PEC.

Rosa também critica a posição do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defendeu que a redução da jornada seja decidida em acordos coletivos. O vereador argumenta que uma mudança legal é necessária para assegurar proteção a todos os trabalhadores, independentemente da negociação com empresas.

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