Em meio à encenação de O Diário de Anne Frank em um teatro comunitário em Michigan, um pequeno grupo de manifestantes mascarados, ostentando bandeiras nazistas e símbolos de supremacia branca, se reuniu na área externa do teatro no último fim de semana. A peça, que relata a história de uma jovem judia escondida durante a ocupação nazista de Amsterdã na Segunda Guerra Mundial, foi temporariamente marcada pelo incidente, segundo informou a trupe do Teatro Comunitário de Fowlerville.

As autoridades locais, incluindo o gabinete do xerife do Condado de Livingston e o Departamento de Polícia de Howell, responderam à situação, mas até o momento não deram detalhes. O grupo de teatro explicou que a manifestação foi controlada rapidamente e que os manifestantes foram retirados do local antes do término do primeiro ato. No intervalo, a equipe comunicou o ocorrido ao público e reafirmou seu compromisso em homenagear as vítimas do Holocausto.

Bobby Brite, ex-comandante da Legião Americana em Howell, capturou imagens do protesto e relatou à WXYZ TV que o público ficou chocado e muitos espectadores expressaram receio em sair do prédio. “Tivemos que escoltar as pessoas até seus carros. Ninguém nos Estados Unidos deveria passar por isso”, desabafou Brite.

O evento, que não resultou em confrontos físicos, gerou discussões entre veteranos da Legião Americana e os manifestantes. Esse protesto é o segundo na região em um curto período; em julho, um grupo também agitou bandeiras nazistas e realizou um ato semelhante em Howell, gritando slogans nazistas.

O diário de Anne Frank, que inspirou a peça, é um marco na literatura sobre o Holocausto e uma das principais introduções para jovens sobre o sofrimento causado pelo regime nazista. A história de Anne e de outras sete pessoas que viveram escondidas por quase dois anos em Amsterdã antes de serem deportadas para campos de concentração é um testemunho do impacto da intolerância.

Atos recentes, como o vandalismo de uma estátua de Anne Frank em Amsterdã e confrontos antissemitas envolvendo torcedores de futebol, demonstram o persistente desafio do antissemitismo, mesmo décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial.