Construção de indústrias em Goiás cresceu mais de 10%
Em outubro de 2024, a confiança dos empresários da construção civil subiu para 53,1 pontos e ultrapassou os 52,2 pontos registrados em setembro
Nos últimos anos, Goiás tem experimentado um crescimento notável na construção de indústrias. O Estado, tradicionalmente ligado ao agronegócio, tem se diversificado e se tornado um polo industrial, com uma crescente atração de investimento. Dados da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) mostram que o número de indústrias instaladas no Estado cresceu cerca de 12% nos últimos cinco anos, com uma expansão de 10,4% na construção de novos empreendimentos industriais apenas no último ano.
Esse movimento é impulsionado por diversos fatores, o que inclui a infraestrutura logística de Goiás, que é estrategicamente posicionada no Centro-Oeste e facilita o escoamento da produção para outras regiões e mercados. Além disso, o crescimento do agronegócio tem gerado uma abundância de recursos, que têm sido reinvestidos no próprio Estado para criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento. A confiança dos empresários do setor industrial também tem sido um fator determinante nesse cenário de expansão.
Cláudio Henrique, economista da Fieg, explica que o crescimento da construção de indústrias no Estado de Goiás está diretamente ligado à expansão do agronegócio e ao uso inteligente dos recursos gerados pelo setor. Segundo o economista, o Estado está em uma fase de transformação, com o agronegócio gerando recursos que circulam internamente, o que fomenta o consumo e o desenvolvimento local.
“Goiás é um Estado novo, que está crescendo. O segmento do agronegócio está pujante, está gerando recursos, e esses recursos, eles são gastos no próprio Estado. Eles são aplicados em tratamentos médicos, educação, e outras áreas de consumo local. Parte desses recursos vai para a compra de tratamentos e a educação das pessoas, seja em Goiânia ou em outros grandes centros de informação e formação cultural e educacional”, comenta Cláudio.
Cláudio Henrique também ressalta a importância da tecnologia e da inovação na aceleração desse crescimento industrial. “Hoje você tem vários programas digitais que permitem o mapeamento das regiões, o controle das obras. Você tem toda a obra na sua frente, consegue equacionar e racionalizar os custos, otimizando materiais e economizando em diversas etapas. O setor da construção civil tem avançado muito nisso, e esse avanço, além de atender às necessidades da indústria, permite que esse segmento continue a avançar”, acrescenta.
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A digitalização e as novas tecnologias aplicadas à construção civil têm sido cruciais para o avanço da indústria no Estado. Softwares de modelagem, controle de obras e gestão de recursos têm proporcionado mais eficiência no uso de materiais e maior agilidade na execução dos projetos. A utilização de sistemas digitais tem contribuído para um gerenciamento mais eficaz dos custos, o que reduz desperdícios e torna as obras mais ágeis e sustentáveis.
Além das inovações tecnológicas, a confiança dos empresários tem sido um fator essencial para o crescimento do setor de construção industrial em Goiás. Os empresários do ramo da construção civil e da indústria estão otimistas com a retomada econômica e com a expansão das atividades no Estado.
A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de outubro de 2024 revelou que a confiança no setor aumentou para 53,1 pontos, o que representa um sinal positivo de que o crescimento da construção de indústrias não é apenas uma tendência passageira, mas uma realidade consolidada.
Esse aumento na confiança é um reflexo das expectativas dos empresários quanto à estabilidade econômica do Estado, à continuidade dos investimentos em infraestrutura e à melhoria no ambiente de negócios. O aumento da confiança empresarial também está diretamente relacionado à expansão da infraestrutura logística e à presença de novos polos industriais em Goiás, que favorecem a competitividade e atraem mais investimentos.
Expansão da construção impulsiona geração de empregos no ramo
O crescimento da construção de indústrias em Goiás tem gerado um impacto significativo na criação de empregos, especialmente no setor da construção civil, que é um dos maiores beneficiados pela instalação de novas fábricas e indústrias. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a construção civil em Goiás registrou um aumento de 8% no número de postos de trabalho em 2024, com 84 mil novos empregos gerados no setor.
No entanto, esse crescimento também traz desafios, principalmente em relação à qualificação da mão de obra. De acordo com Cláudio Henrique, a escassez de trabalhadores qualificados é uma preocupação crescente no Estado, especialmente devido ao aumento da demanda por profissionais especializados em áreas como construção civil, mecânica, eletrônica e engenharia. “É uma situação em que não há mão de obra suficiente. Quem sabe trabalhar, optou por ser autônomo, montar sua própria empresa e prestar serviço. A mão de obra desqualificada existe, mas há uma grande preocupação das consultoras e das entidades de representação em qualificá-los”, explica o economista.
De fato, a mão de obra especializada tem sido um ponto crítico para o setor. Apesar do aumento no número de vagas de emprego, as empresas enfrentam dificuldades para preencher cargos com profissionais qualificados, o que pode retardar o crescimento de novos projetos industriais no Estado.
“Com o crescimento do setor, há um aumento significativo na demanda por profissionais qualificados. A realidade é que, no momento, existe uma ausência de mão de obra especializada, mas as consultorias e as entidades de classe estão trabalhando para qualificar mais pessoas para que o setor não sofra com essa lacuna”, afirma o economista.
Para tentar contornar essa situação, diversas iniciativas têm sido tomadas, como parcerias entre empresas e instituições educacionais, além do fortalecimento de programas de qualificação profissional oferecidos por entidades como o Senai Goiás