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domingo, 22 de dezembro de 2024
Operação Contragolpe

Saiba quem são os alvos em Goiás da operação que planejava matar Lula, Alckmin e Moraes em 2022

Na manhã de terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de prisão e busca em Goiânia, prendendo um militar do Exército Brasileiro e realizando busca contra outro. Eles fazem parte da operação Contragolpe, que investiga um plano para realizar um golpe de Estado, incluindo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), […]

Postado em 19 de novembro de 2024 por Micael Silva
Saiba quem são os alvos em Goiás da operação que planejava matar Lula Foto: Divulgação

Na manhã de terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de prisão e busca em Goiânia, prendendo um militar do Exército Brasileiro e realizando busca contra outro. Eles fazem parte da operação Contragolpe, que investiga um plano para realizar um golpe de Estado, incluindo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Até o fechamento da reportagem, não foi localizada a defesa dos militares.

De acordo com a PF, a organização criminosa investigada utilizava conhecimentos técnicos e militares para planejar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022. O plano envolvia a tentativa de impedir a posse do governo eleito nas eleições de 2022 e a limitação das funções do Poder Judiciário.

Em Goiás, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso. Já o capitão Lucas Guerellus foi alvo de busca e apreensão, sem ordem de prisão. Ambos são investigados no caso, e seus nomes foram confirmados.

Rodrigo Bezerra Azevedo

Rodrigo Bezerra de Azevedo, preso na operação, possui um extenso currículo acadêmico e militar. Ele é graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, tem mestrado e doutorado em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Azevedo também se especializou em áreas como operações especiais e terrorismo internacional. O militar ingressou no serviço público em 1999 e teve passagens por diversos cargos, como major, tenente-coronel e capitão, atuando principalmente no Comando do Exército.

Lucas Guerellus

Lucas Guerellus, que teve seu nome ligado à operação, entrou para o serviço público em 2007. Atualmente lotado em Goiás, ele já ocupou funções de primeiro-tenente, capitão e segundo-tenente no Exército Brasileiro. Guerellus, ao contrário de Azevedo, não foi preso, mas foi alvo de busca e apreensão durante a operação.

O Golpe Planejado

Kids pretos presos pela PF: Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes  Foto: Arquivo pessoal e Eduardo Menezes/SG/PR
Kids pretos presos pela PF: Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes Foto: Arquivo pessoal e Eduardo Menezes/SG/PR

A PF revelou que, entre as ações planejadas pelos envolvidos, havia um esquema detalhado chamado “Punhal Verde e Amarelo”, com data marcada para ser executado em 15 de dezembro de 2022. O objetivo principal desse plano era o assassinato do presidente e do vice-presidente eleitos, além de ações violentas contra ministros do STF.

A investigação também revelou que o grupo criminoso elaborou um planejamento logístico que incluía detalhes sobre os recursos necessários, como pessoal e armamentos, além de técnicas militares para execução do plano. Foi ainda criado um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, composto pelos próprios envolvidos no crime.

Leia mais: Saiba quem são os militares presos por planejar golpe e assassinatos

Prisões e Envolvimento de Outros Militares

Além dos militares mencionados, a operação resultou na prisão de mais quatro militares do Exército e um policial federal. As prisões foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo incluía, além de Azevedo, o general de brigada Mário Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares. Essas prisões foram realizadas até as 6h50 de terça-feira, 19 de novembro.

Posicionamento do Exército

O Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro se manifestou em nota, confirmando a prisão de alguns dos envolvidos, mas enfatizando que os militares da ativa não estavam envolvidos em outras operações de grande visibilidade, como a de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a Cúpula do G20. A nota destacou que o general Mário Fernandes e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima estavam no Rio de Janeiro para cerimônias relacionadas ao curso de familiares, e que o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo estava fora de atividade relacionada à GLO.

O Exército também informou que o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira já estava afastado do serviço, devido a medidas cautelares impostas pela Justiça. O Exército reiterou que, como instituição, não se manifesta sobre processos em andamento conduzidos por outros órgãos, afirmando que mantém respeito pelas demais instituições da República.

Ações da Polícia Federal

Parte das evidências que levaram à operação foram recuperadas de dispositivos eletrônicos de militares investigados, como o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid. Cid teve arquivos recuperados, apesar de terem sido apagados anteriormente. Além disso, outros aparelhos celulares de militares envolvidos foram analisados e também ajudaram nas investigações.

Em fevereiro deste ano, uma operação relacionada ao mesmo inquérito resultou na prisão de outros militares do Exército e um ex-assessor da Presidência, além de buscas contra aliados de Bolsonaro. A PF segue com a apuração, que pode levar a novas prisões ou revelações.

Nota do Exército Brasileiro

Em resposta à operação, o Exército Brasileiro, através do Centro de Comunicação Social, divulgou nota detalhando o envolvimento dos militares. A nota esclareceu que os militares da ativa não estavam participando da operação de GLO durante a Cúpula do G20 e reiterou que a Força não interfere ou comenta sobre investigações conduzidas por outros órgãos.

Conclusão da Investigação

As investigações continuam, e o caso segue sendo acompanhado pelas autoridades judiciais. A operação Contragolpe representa um desdobramento de apurações mais amplas sobre a tentativa de golpe de Estado e os planos violentos contra a democracia brasileira.

A ação também destaca as possíveis implicações de militares envolvidos em atividades ilícitas, gerando um grande impacto tanto dentro das Forças Armadas quanto no cenário político nacional. O governo, por sua vez, aguarda o desenrolar das investigações e reforça o compromisso com o Estado Democrático de Direito.

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