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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Cenário político

Especialistas divergem sobre possibilidade do Governo Lula cumprir meta fiscal

Barômetro do Poder, realizado pelo InfoMoney, sugere uma incerteza por parte dos técnicos acerca da probabilidade de o governo cumprir a meta de resultado primário estabelecida para este ano 

Postado em 19 de novembro de 2024 por Felipe Cardoso
Foto Suamy Beydoun AGIF
Foto Suamy Beydoun AGIF

Por Felipe Cardoso e Wilson Silvestre

Conforme mostrado pela reportagem do O HOJE na última segunda-feira, 18, no meio político e econômico, o Barômetro do Poder, estudo realizado pela InfoMoney, representa um dos principais e mais confiáveis instrumentos capazes de aferir o cenário do País no momento pesquisado. Por meio dele, representantes das mais respeitadas casas de análise de risco político e analistas independentes expressam suas opiniões acerca do andamento de importantes pautas sociais, políticas e econômicas. 

Em sua última edição, pesquisada entre os dias 4 e 8 de novembro deste ano, o estudo reuniu 17 respondentes. A eles foram aplicados questionários online por meio de plataforma digital. Os estudos foram divididos em três eixos: Governabilidade, Reformas e Conjuntura. As peculiaridades de cada um desses eixos serão tratadas de maneira separada, conforme mostrado nas edições da última segunda, nesta terça e na próxima quarta-feira, 19, do O HOJE.

Dentro de cada um desses eixos constam questionamentos sobre assuntos de interesse público e fiscal. A reportagem selecionou os principais temas de cada categoria para mostrar o que pensam os principais analistas do Brasil sobre cada um dos pontos. Dessa vez, o foco serão as Reformas.

Meta fiscal 

O estudo do InfoMoney questionou os especialistas sobre a probabilidade de o governo cumprir a meta de resultado primário até o final do ano. Para 29% dos entrevistados a chance é Muito alta. Outros 29% disseram que é Baixa a probabilidade. 18% votaram por Regular e outros 1% por Alta. 6% escolheram a opção Muito Baixa. 

Esse cenário é completamente antagônico ao que foi registrado há um ano atrás. Em novembro de 2023, os especialistas responderam da seguinte forma a mesma pergunta: Muito baixa (50%), Baixa (36%), Regular (14%), Alta (0%) e Muito alta (0%). 

Arcabouço 

No que diz respeito ao arcabouço fiscal, 47% dos consultados consideram Baixa a probabilidade de o novo marco fiscal ser modificado pelo Governo. Outros 29% responderam que é Alta essa possibilidade. O número é seguido por 24% das respostas, que consideram essa uma perspectiva Regular. Ninguém acredita que a probabilidade é Muito baixa ou Muito alta. 

De novo, a situação destoa da identificada no início desse ano. Em janeiro o estudo revelou que 64% consideravam Alta a possibilidade de mudanças. Outros 27% responderam Regular quando consultados. O número foi seguido por 9% de respostas na opção Muito alta. Ninguém considerava a possibilidade Baixa ou Muito Baixa. 

Cortes 

Um outro dado interessante diz respeito ao corte de despesas. A pergunta foi a seguinte: “O governo prepara um conjunto de medidas para conter a evolução de  despesas obrigatórias e manter a  execução orçamentária dentro das regras fiscais vigentes. Na sua avaliação, quais as chances de avanço de cada uma das medidas a seguir na atual legislatura?”. 

A primeira das medidas apresentadas foi a revisão de ineficiências em cadastros e redesenho de benefícios e programas sociais. 63% dos consultados escolheram a opção Alto. O número é seguido por 13% das respostas para Baixo. Depois aparecem 19% das respostas na opção Muito Alto. 6% escolheram Moderado. Ninguém respondeu Muito baixo. 

Depois, o questionamento foi sobre a desvinculação de BPC, seguro-desemprego e pensões sobre a nova política de valorização do salário mínimo. A maior fatia das respostas (75%) foi na opção Baixo. 13% dos consultados consideraram Muito baixo. 6% responderam Moderado e outros 6% Muito alto. Ninguém considerou a opção Alto. 

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Quanto ao limite para a evolução de despesas obrigatórias, a maior parte das respostas foi na opção Alto (44%). A alternativa foi seguida pela opção Moderado, que registrou 31% das respostas. Depois, aparecem aqueles que consideram Baixo (13%). O indicador é seguido por duas alternativas que registraram, cada uma, 6% das respostas: Muito baixo e Muito Alto.

Quanto o assunto foi combate aos “supersalários”, 44% dos entrevistados consideraram essa uma possibilidade Alta. 25% avaliaram como Moderada. O número é seguido pela fatia de 19% dos entrevistados que responderam Muito baixo para esse questionamento. Depois, aparecem Baixo e Muito Alto, com 6% das respostas cada um. 

Reforma tributária 

Os consultados também receberam o seguinte questionamento: “O plenário da Câmara dos Deputados já aprovou os dois projetos de lei complementares de regulamentação da reforma tributária dos impostos sobre o consumo. Na sua avaliação, qual a probabilidade de a discussão ser concluída pelo Congresso Nacional ainda em 2024?”. 

A maior parte dos consultados escolheu a opção Alta (41%). Na sequência, consta a opção Baixa, com 24%. Depois, Regular (18%). Outros 12% escolheram a opção 12% e a menor fatia (6%) optou pela alternativa Muito baixa. 

Ao HOJE

Ao conversar com a reportagem sobre o assunto, o cientista político e escritor brasileiro Antonio Lavareda considerou que o estudo oferece um cenário relevante do ponto de vista das projeções para os próximos meses. “São diversas pautas de interesse público e, ao mesmo tempo, sobre o comportamento dos poderes, uns em relação aos outros, bem como suas respectivas agendas”. 

“Esse talvez seja o instrumento mais valioso que as corporações, entidades e partidos dispõem para avaliar a perspectiva de desenvolvimento do processo político a partir da opinião de quem realmente entende das matérias”, pontuou. 

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