Goiás deve mudar a composição de prefeitos por partido já em 2025
PP prevê que, pelo menos, seis gestores mudem de legenda já no começo de janeiro
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Por Francisco Costa
Não existe fidelidade partidária para cargos majoritários. Governadores, senadores, presidente e, claro, prefeitos, podem trocar de partido a qualquer tempo, sem perder o mandato. Em Goiás, a partir de 2025 a composição de eleitos por partido já deve mudar.
Dados da Federação Goiana dos Municípios de Goiás (FGM-GO) revelam que dos mais de 30 partidos, 25 tiveram candidatos em Goiás neste ano e 16 tiveram êxito. O União Brasil foi o campeão, com 95 chefes do Executivo eleitos, conforme a FGM.
A legenda é presidida em Goiás pelo governador Ronaldo Caiado. O segundo lugar ficou para o MDB, comandado pelo vice-governador Daniel Vilela. Foram 47 gestores eleitos.
No terceiro lugar, aparece o Progressista (PP), de Alexandre Baldy, com 26, mesmo número do PL do senador Wilder Morais. Os quatro partidos elegeram juntos 194 prefeitos, 79% das vagas do Estado.
Ao Jornal O HOJE, o presidente do PP, Alexandre Baldy, já antecipou que, a partir de janeiro, pelo menos seis prefeitos eleitos devem migrar para o Progressistas. Ele preferiu não antecipar nomes, até para não atrapalhar as negociações. “Tem seis em outras siglas, que devem se filiar no dia 2 de janeiro”, revela dos planos um dia após a posse.
O veículo de comunicação também buscou fontes de União Brasil e MDB, que preferiram não comentar sobre a possibilidade. O entendimento é que a maioria dos partidos que elegeu prefeitos é da base e, por isso, o ideal é “não avançar sobre aliados”.
Prefeitos pelo País
Em números de prefeitos eleitos pelo País, o PSD lidera com 891. O MDB vem em segundo lugar, com 864, enquanto o PP aparece em terceiro lugar, com 752. O União Brasil elegeu 591, o PL 517, o Republicanos 440 e o PSB 312.
Completam a lista de vitoriosos o PSDB, que conquistou 276 cadeiras do Executivo municipal neste ano, e o PT, que garantiu 252 prefeituras. Os demais fizeram 674.
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Acerca do número de eleitores que serão governados (se não houver troca de siglas), o MDB vai governar para 27,9 milhões, seguido pelo PSD, com 27,7 milhões, e pelo PL, com 19 milhões. A vitória emedebista, é preciso dizer, foi garantida por Ricardo Nunes (MDB), que se reelegeu na maior cidade do País, São Paulo. A capital paulista tem 9,3 milhões de pessoas aptas a votar.
Em quarto lugar vem o União Brasil do governador Ronaldo Caiado, que vai governar para 16,9 milhões de eleitores. Os próximos três são PP de Alexandre Baldy, com 15,1 milhões; Republicanos, 10,6 milhões; e PT, com 7,6 milhões.
Janela partidária
Diferente de cargos majoritários, aqueles eleitos de forma proporcional (vereadores e deputados estaduais, federais e distritais) não podem trocar de partido a qualquer momento, sob pena de infidelidade partidária. As mudanças ocorrem durante a janela partidária.
As janelas, em 2024, contemplaram vereadores entre 7 de março e 5 de abril, mesmo prazo de filiação. Estas ocorrem em qualquer ano eleitoral, seis meses antes da votação, e contemplam cargos em disputa. Em 2026, o período servirá para que deputados troquem de sigla.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), existem situações de exceção, como desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal. Mudanças sem justa causa podem levar à perda de mandato.