Retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira
Complicação da retinopatia diabética está entre as principais causas de cegueira em adultos no Brasil
O Dia Mundial do Diabetes, celebrado neste mês traz alerta para a conscientização e os cuidados com a saúde. Dentre os obstáculos trazidos pela doença, a saúde dos olhos se destaca como uma das áreas mais vulneráveis. A glicemia fora de controle pode gerar complicações que, sem o tratamento apropriado, resultam na perda irreversível da visão.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Retinopatia Diabética (RD) é uma das complicações mais frequentes da diabetes sobre a visão e está entre as principais causas de cegueira em adultos de 20 a 75 anos. Dados indicam que entre 24% e 39% da população diabética no Brasil apresenta algum grau dessa condição. Após 20 anos convivendo com a doença, a probabilidade de desenvolver RD chega a 90% entre pessoas com diabetes tipo 1 e 60% nos casos de tipo 2.
“A retinopatia diabética é uma doença em que os vasos sanguíneos da retina, camada que detecta a luz no fundo do olho, sofrem danos devido ao excesso de glicose no sangue. Isso pode causar vazamentos de fluidos ou sangramentos, afetando a visão e, em estágios mais graves, levando à cegueira”, explica a oftalmologista Luciana Barbosa Carneiro.
Cuidados e prevenção
A retinopatia diabética avança em etapas, começando pela fase inicial não proliferativa, que é marcada por lesões leves nos vasos sanguíneos, até a fase proliferativa, onde vasos anômalos se desenvolvem de maneira desorganizada, podendo causar hemorragias graves. Outras complicações frequentes em indivíduos com diabetes incluem o edema macular diabético, que provoca inchaço na retina, e a catarata, que torna o cristalino opaco.
O risco de problemas oculares é elevado em pessoas com diabetes descontrolada, hipertensão ou um histórico prolongado da condição. Hábitos de vida inadequados, como falta de atividade física e ingestão excessiva de açúcares, também são fatores que contribuem. “Manter níveis adequados de glicose e pressão arterial é essencial para prevenir danos aos olhos”, alerta Luciana.
Consultas oftalmológicas regulares são igualmente essenciais. “Recomenda-se uma avaliação completa da retina pelo menos uma vez ao ano, mesmo sem sintomas, já que problemas oculares podem ser silenciosos nas fases iniciais”, orienta a especialista. Exames como retinografia e tomografia de coerência óptica (OCT) permitem detectar alterações precocemente, aumentando as chances de intervenções eficazes.