Sikêra Jr. é condenado à prisão por declarações homofóbicas
Justiça condena Sikêra Jr. por declarações homofóbicas; regime aberto e serviços comunitários
Sikêra Jr., ex-apresentador do programa Alerta Nacional, foi condenado pela Justiça por declarações homofóbicas feitas em 2021. Durante uma transmissão ao vivo, ele utilizou termos ofensivos para se referir à comunidade LGBTQIAPN+, incitando preconceito e violência.
As falas geraram uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). O apresentador foi denunciado com base na Lei nº 7.716/1989, que pune atos de discriminação por orientação sexual, entre outros. A sentença, proferida pela 8ª Vara Criminal de Manaus em abril de 2024, condenou Sikêra Jr. a dois anos de reclusão e 200 dias-multa.
O cumprimento da pena será em regime aberto, com serviços comunitários e restrições noturnas. A decisão judicial destacou a gravidade das palavras, classificadas como “discurso de ódio”. O MP enfatizou a necessidade de punição para enfrentar o preconceito e promover respeito aos direitos fundamentais.
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Nas declarações que motivaram o caso, Sikêra Jr. referiu-se à comunidade LGBTQIAPN+ como “raça desgraçada” e disse sentir “nojo” de gays. Ele ainda questionou “já pensou ter um filho viado e não poder matar?”. Essas afirmações foram entendidas como incitação à violência.
O apresentador alegou em sua defesa que suas palavras foram mal interpretadas e que exerceu seu direito à liberdade de expressão ao criticar campanhas publicitárias sobre diversidade. Ele também afirmou ser vítima de perseguição nas redes sociais.
Outro processo por homofobia contra Sikêra Jr. envolve a modelo transexual Viviany Beleboni. Ele foi inicialmente condenado a pagar R$ 30 mil por danos morais devido a comentários ofensivos sobre sua participação em um desfile LGBTQIAPN+. No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo revisou a decisão.
A sentença em Manaus reforça o entendimento de que a liberdade de expressão não protege manifestações de preconceito e ódio. Casos como este são vistos como marcos no combate à intolerância no Brasil, destacando a importância da legislação contra discriminação.
A Justiça reafirma que práticas homofóbicas e transfóbicas violam direitos fundamentais e que responsabilização é necessária para enfrentar estigmas contra a comunidade LGBTQIAPN+.