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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
37 pessoas envolvidas

Bolsonaro, Braga Netto e Heleno: saiba quem são todos os 37 indiciados por tentativa de golpe

Com as investigações em andamento, a expectativa é de que a justiça tome medidas rigorosas para garantir a responsabilização de todos os envolvidos e evitar a repetição de ações que possam ameaçar a democracia e a estabilidade política do Brasil

Postado em 21 de novembro de 2024 por Herbert Alencar
General Braga Neto, Comandante Militar do Leste. Foto: Beto Barata/PR

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quarta-feira (21), 37 pessoas envolvidas em uma suposta tentativa de golpe de Estado, no qual, segundo as investigações, visavam minar a ordem democrática após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os indiciados estão figuras de destaque da política e das Forças Armadas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens do presidente, tenente-coronel Mauro Cid.

Crimes e Contexto:

Os indiciados foram acusados de diversos crimes, incluindo abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa. O cerne das investigações gira em torno da divulgação de documentos golpistas, movimentações ilegais e tentativas de articulação de uma intervenção militar para anular os resultados das eleições de 2022 e impedir a posse de Lula. Importante destacar que 25 dos 37 indiciados são militares, uma característica marcante deste caso, dado o envolvimento de altos oficiais das Forças Armadas, que desempenharam papéis centrais no movimento.

Principais Indiciados:

  • Jair Bolsonaro: O ex-presidente, capitão da reserva do Exército, é o nome de maior peso entre os indiciados. Além de ser uma das figuras centrais na articulação que visava desacreditar o sistema eleitoral, Bolsonaro é acusado de incitar atos golpistas e permitir a disseminação de teorias conspiratórias durante seu governo, o que levou a um clima de polarização e contestação dos resultados das urnas.
  • Walter Souza Braga Netto: Ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente nas eleições de 2022, Braga Netto, general da reserva do Exército, é acusado de ser um dos articuladores da tentativa de golpe, sendo apontado por sua proximidade com Bolsonaro e sua postura em favor de medidas que contestassem a vitória de Lula.
  • Mauro Cid: Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid, que também é tenente-coronel do Exército, foi um dos protagonistas nas investigações, sendo citado em trocas de mensagens e reuniões sobre as estratégias para deslegitimar a posse de Lula e incitar militares a tomarem atitudes golpistas.

Além desses nomes, a lista de indiciados inclui outros membros do governo Bolsonaro, como os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa), e o ex-assessor Tércio Arnaud Tomaz, ligados a movimentações dentro do chamado “gabinete do ódio”, grupo que teria disseminado desinformação nas redes sociais com o intuito de criar um ambiente favorável ao golpe.

Documentos e Movimentos Criminais:

Um dos documentos centrais nas investigações foi a “Carta ao Comandante do Exército”, que circulou entre militares e ex-comandantes, contendo ideias que defendiam a intervenção militar como forma de contestar a posse de Lula e questionar a legitimidade do processo eleitoral. Essa carta foi assinada por militares ativos e da reserva, demonstrando o caráter estruturado da tentativa de golpe.

Outro ponto crucial foi a atuação de figuras fora do âmbito militar, como o advogado Amauri Feres Saad, apontado como o mentor intelectual da minuta do golpe, e o empresário Fernando Cerimedo, que realizou uma transmissão ao vivo questionando a segurança das urnas eletrônicas.

Repercussões e Futuro das Investigações:

A lista de indiciados tem gerado grande repercussão no Brasil e no exterior, especialmente pela gravidade das acusações e pela possível extensão das investigações. A PF e o Supremo Tribunal Federal (STF) seguem com a apuração de novos detalhes sobre o envolvimento de outros atores políticos e militares, enquanto os indiciados aguardam o desfecho de seus casos na Justiça.

Com as investigações em andamento, a expectativa é de que a justiça tome medidas rigorosas para garantir a responsabilização de todos os envolvidos e evitar a repetição de ações que possam ameaçar a democracia e a estabilidade política do Brasil.

Lista Completa dos Indiciados:

Ailton Gonçalves Moraes Barros – capitão reformado do Exército acusado de intermediar inserção de dados ilegal em cartões de vacinação contra a Covid-19.

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva – coronel do Exército e um dos autores do documento de teor golpista “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro”.

Alexandre Ramagem – deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal.

Almir Garnier Santos – almirante da reserva e ex-comandante da Marinha.

Amauri Feres Saad – advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres.

Anderson Torres – ex-ministro da Justiça.

Anderson Lima de Moura – coronel do Exército e um dos autores do documento de teor golpista “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro”.

Angelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello.

Augusto Heleno Ribeiro Pereira – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército.

Bernardo Romão Correa Netto – coronel acusado de integrar núcleo responsável por incitar militares a aderirem a uma estratégia de intervenção militar para impedir a posse de Lula.

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro contratado pelo PL para questionar vulnerabilidade das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022.

Carlos Giovani Delevati Pasini – coronel do Exército suspeito de ter participado da confecção da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro”.

Cleverson Ney Magalhães – coronel da reserva do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres.

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira – general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.

Fabrício Moreira de Bastos – coronel do Exército e supostamente envolvido com carta de teor golpista.

Filipe Garcia Martins – ex-assessor da Presidência da República que participou da reunião que tratou da minuta de golpe.

Fernando Cerimedo – empresário argentino que fez live questionando a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022.

Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército e um dos responsáveis pelo monitoramento clandestino de opositores políticos.

Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia que desmaiou quando a PF bateu à sua porta.

Hélio Ferreira Lima – tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid.

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército.

José Eduardo de Oliveira e Silva – padre da diocese de Osasco.

Laercio Vergililo – general da reserva envolvido em suposta trama golpista.

Marcelo Bormevet – policial federal suspeito de integrar o esquema de espionagem ilegal conhecido como “Abin paralela”.

Marcelo Costa Câmara – coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mario Fernandes – ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro. É suspeito de participar de um grupo que planejou as mortes de Lula, Alckmin e Moraes.

Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército (afastado das funções na instituição).

Nilton Diniz Rodrigues – general do Exército suspeito de participar de trama golpista.

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho – empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo.

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – ex-ministro da Defesa, general da reserva e ex-comandante do Exército.

Rafael Martins de Oliveira – tenente-coronel e integrante do grupo ‘kids pretos’.

Ronald Ferreira de Araujo Junior – tenente-coronel do Exército.

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros – tenente-coronel que integrava o “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.

Tércio Arnaud Tomaz – ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.

Valdemar Costa Neto – presidente do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro e Braga Netto disputaram as eleições de 2022.

Walter Souza Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, general da reserva do Exército.

Wladimir Matos Soares – policial federal que atuou na segurança do hotel em que Lula ficou hospedado na transição. Ele é suspeito de participar de grupo que planejou as mortes de Lula, Moraes e Alckmin.

Conclusão:

A operação da Polícia Federal revelou a profundidade da tentativa de golpe que visou subverter a ordem democrática do país, com o envolvimento de figuras de alto escalão tanto do governo Bolsonaro quanto das Forças Armadas. A análise desse caso continuará sendo fundamental para compreender o impacto de tais articulações no processo eleitoral brasileiro e para reforçar a necessidade de vigilância contínua sobre as instituições democráticas.

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