Membros dos Poderes comemoram 1º feriado da Consciência Negra
Integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário trataram da comemoração no último dia 20 de novembro
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data de reflexão sobre a importância da cultura e da história africana e afro-brasileira. Neste ano, pela primeira vez, o dia foi comemorado como feriado nacional. No dia 21 de dezembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei n° 14.759, que declara a comemoração da data da Consciência Negra no país como feriado em todo o país.
Antes de se tornar feriado, a data já era institucionalizada. No dia 10 de novembro de 2011, Dilma Rousseff (PT) – então presidente do país – sancionou a lei n° 12.519, que instituiu o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data escolhida é o aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores movimentos de resistência à escravidão no Brasil.
A data, anteriormente à sanção da nova lei, era feriado em seis estados – Alagoas, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo – e 1.260 cidades. A instituição do feriado tem raízes em movimentos sociais e culturais dos anos 1970, especialmente no contexto das lutas do movimento negro, que buscava uma forma de reconhecer a importância da contribuição dos negros para a formação do Brasil e, ao mesmo tempo, denunciar as desigualdades raciais ainda presentes na sociedade.
Membros dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) trataram da data importante no calendário brasileiro. Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia celebrou a data, durante sessão plenária do TSE na última terça-feira (19). “O Dia da Consciência Negra foi elevado à categoria de um dia de reflexão, meditação e proposições especiais, tendo em vista a atrocidade do que vem sendo a história na qual o racismo ainda prospera sobre os escombros de todo tipo de perversidade construída ou realizada no período da escravidão”.
Leia mais: Rui Costa garante pacote de corte de gastos pronto nesta semana
Ministra da Igualdade Racial no governo federal, Anielle Franco participou de evento em frente ao Monumento de Zumbi dos Palmares, no Rio de Janeiro. “É uma construção e um pedido do movimento negro de muitos anos”, disse a ministra sobre a data se tornar feriado nacional. “A gente conseguir estar letrando a sociedade, lutando por mais saúde, mais educação, menos evasão escolar. A gente tem dados nos últimos dois anos de encaminhamento de legado, que a gente está muito orgulhosa. Mesmo sendo essa festa boa, ainda tem muita luta pela frente”, declarou ela.
Durante sessão especial no plenário do Senado Federal para comemorar a conquista, também na última terça, o senador Paulo Paim (PT-RS), que relatou a matéria na Casa Alta, falou sobre a expectativa pela nacionalização do feriado. Paim ressaltou o empenho da bancada negra na aprovação do projeto, que tornou a data feriado nacional. O senador desejou que a data seja celebrada de diferentes formas pela população.
Paim afirmou que para garantir o exercício pleno da cidadania também se faz necessário combater o racismo e a exclusão, reduzindo as desigualdades. Ele defendeu a manutenção de políticas inclusivas de educação, como por exemplo a instituição das cotas nas universidades públicas e no serviço público, dignidade salarial e na empregabilidade. (Especial para O Hoje)