Governo gasta R$ 9 milhões por ano com salários de militares indiciados por golpe
Bolsonaro foi indiciado. Foto: Divulgação
A Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (21/11), anunciou os militares indiciados por golpe. Foram 25 militares no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os indiciados estão ex-ministros do governo Jair Bolsonaro, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Além deles, a lista inclui coronéis, tenentes-coronéis, subtenentes, majores e capitães.
Os salários desses militares variam entre R$ 10.027,26 e R$ 37.988,22. A soma mensal desses vencimentos representa um gasto de R$ 675 mil. Assim, o custo anual com esses profissionais chega a R$ 8,78 milhões, conforme dados obtidos pela investigação.
Militares indiciados por golpe
Além dos 25 militares, outras 12 pessoas foram indiciadas pela PF. O grupo foi enquadrado nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O resultado do inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, as apurações duraram quase dois anos e envolveram a análise de provas obtidas por meio de medidas como quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada e buscas e apreensões autorizadas pela Justiça.
As investigações apontaram que os envolvidos no suposto plano golpista estavam organizados em núcleos com diferentes funções. A divisão de tarefas permitiu a individualização das condutas dos investigados. A PF identificou os seguintes grupos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- Núcleo Jurídico;
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- Núcleo de Inteligência Paralela;
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
Com o inquérito finalizado, cabe ao STF decidir se aceita a denúncia e transforma os indiciados em réus. As investigações seguirão analisando eventuais novos desdobramentos. Enquanto isso, o pagamento dos salários aos militares envolvidos permanece em vigor, já que a legislação brasileira garante remuneração mesmo durante processos judiciais, salvo em casos de condenação definitiva.