Confira os requisitos e os cuidados necessários para doar sangue
Em 2023, o Sistema Único de Saúde coletou mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue
Nesta segunda-feira, 25 de novembro, é comemorado o Dia Nacional do Doador de Sangue, uma data estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da doação e incentivar o aumento no número de doadores globalmente.
Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) coletou mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue, com 1,6% da população brasileira participando da doação. A OMS recomenda que a taxa de doadores em cada país fique entre 1% e 3% da população, mas sugere que cada região ajuste esse percentual conforme suas necessidades locais.
O sangue, por sua vez, não possui substituto e continua sendo um recurso vital para uma série de tratamentos médicos e emergenciais. Ele é indispensável para pacientes que enfrentam condições de risco de morte, assim como em cirurgias complexas, atendimentos a feridos em desastres naturais, acidentes e conflitos armados, além de desempenhar papel fundamental nos cuidados maternos e neonatais.
No Brasil, a doação de sangue pode ser realizada por pessoas entre 16 e 69 anos que pesem mais de 50 kg. Para a doação, é necessário apresentar um documento oficial com foto. Menores de 18 anos precisam do consentimento formal dos responsáveis. Além disso, os doadores devem estar com boa saúde e atender a outros requisitos estabelecidos pelas autoridades sanitárias. Segundo Ana Cristina Novais, Diretora Técnica da Rede Hemo, existem diversas condições a serem observadas antes, durante e após a doação.
Requisitos para a doação
Antes de se dirigir ao hemocentro, o doador deve se assegurar de alguns cuidados básicos. “É importante que a pessoa esteja descansada, tenha dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas e esteja bem alimentada, mas evitando alimentos gordurosos nas quatro horas anteriores à doação”, explica Ana Cristina. Se a doação ocorrer durante o horário de almoço, o ideal é que o doador almoce e aguarde pelo menos duas horas antes de realizar o procedimento. Além disso, é imprescindível levar um documento oficial com foto.
Existem também condições de saúde que podem impedir a doação. Por exemplo, se o doador estiver gripado, resfriado ou com febre, é necessário aguardar 15 dias após o desaparecimento total dos sintomas. No caso de gestantes, o tempo de espera varia: 90 dias após o parto normal, 180 dias após a cesariana e um ano após o parto para aquelas que estão amamentando.
Além disso, quem fez tatuagem ou piercing deve aguardar pelo menos 12 meses antes de doar sangue, e quem passou por procedimentos como endoscopia deve esperar seis meses. Doadores com histórico de doenças transmissíveis pelo sangue, como hepatite, HIV ou malária, também são inelegíveis para a doação.
A legislação brasileira permite que homens façam até quatro doações de sangue por ano, com intervalo mínimo de dois meses entre cada doação. Já as mulheres podem realizar até três doações anuais, com intervalo de três meses entre elas.
Cuidados após a doação
Após a doação, o doador deve seguir algumas recomendações para garantir sua recuperação adequada. “Logo após a coleta, o doador permanece sentado de cinco a dez minutos em observação, principalmente se for a primeira doação”, orienta a diretora. Ao sair da unidade, o curativo deve ser mantido por pelo menos quatro horas. Além disso, é essencial consumir o lanche oferecido pelo hemocentro, que tem o objetivo de repor os nutrientes perdidos durante a doação.
Ana Cristina também ressalta que o doador deve evitar dobrar o braço por pelo menos 30 minutos, não deve carregar objetos pesados e deve aumentar a ingestão de líquidos nas 24 horas seguintes. É importante evitar o consumo de bebidas alcoólicas por 12 horas, o fumo por duas horas e atividades físicas intensas nas 12 horas seguintes à doação. Caso o doador trabalhe com máquinas ou em alturas, é recomendável que evite essas atividades no dia da doação.
Essas medidas são fundamentais para garantir que a doação seja segura tanto para o doador quanto para o receptor do sangue. Ao seguir essas orientações, a pessoa contribui para a continuidade da vida de quem necessita da doação.
Doação de sangue no estado de Goiás
Em um esforço para manter os estoques de sangue em níveis adequados durante o período de férias, a coordenadora Ana Cristina destaca a relevância de cada doação para salvar vidas no estado de Goiás. Segundo ela, os doadores goianos têm sido fundamentais para garantir o abastecimento contínuo de sangue e hemocomponentes, permitindo que mais de 200 serviços de saúde possam oferecer cuidados médicos de qualidade à população.
“Expressamos aqui nossa gratidão aos doadores goianos que estiveram sempre presentes em nossas campanhas, fazendo com que conseguíssemos manter o estoque de sangue em um nível seguro”, afirmou Ana Cristina. Ela ressalta que, em dezembro e janeiro, o número de doações tende a cair devido às férias e viagens, enquanto, ao mesmo tempo, a demanda por transfusões aumenta, principalmente devido aos acidentes nas rodovias e a outros eventos inesperados que necessitam de hemocomponentes.
Para incentivar a solidariedade e garantir que os estoques não faltem, Ana Cristina convida os cidadãos a fazerem sua doação antes de viajar. “É muito importante que, antes de viajar, você se dirija a um dos nossos pontos de coleta. Só assim conseguiremos manter o fluxo necessário para salvar vidas, especialmente durante um período em que os acidentes são mais frequentes”, explicou.
Atualmente, o estado de Goiás conta com nove postos fixos de coleta em cidades como Goiânia, Rio Verde, Catalão, e Formosa, além de unidades móveis que circulam pela região, ampliando as oportunidades de doação. Para saber onde encontrar os pontos de coleta, os interessados podem acompanhar as atualizações pela página oficial do Hemocentro de Goiás no Instagram. Ana Cristina finaliza o apelo com um convite: “Venha doar sangue e fazer a diferença. Sua contribuição pode ser crucial para salvar vidas neste fim de ano.”