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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Eleições

Presidente do PL Goiás, Wilder Morais está confortável para 2026

Senador pode disputar governo de Goiás sem precisar deixar o mandato e já aparece com força

Postado em 25 de novembro de 2024 por Felipe Cardoso
Wilder Morais Foto Reprodução
Wilder Morais Foto Reprodução

Por Francisco Costa

Presidente do PL em Goiás, Wilder Morais foi eleito senador em 2024 com 25,25%. Ele superou nomes como do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), 19,8%, e do ex-deputado federal Waldir Soares (União Brasil), 17,04%. Com oito anos de mandato, ele estará confortável em 2026.

Pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, o político poderá disputar o governo de Goiás sem perder o mandato. Como advogado especialista em Direito Constitucional e Eleitoral, Clodoaldo Moreira explica a possibilidade com fundamento no artigo 14, §6º da Constituição Federal, combinado com a Lei Complementar 64/90.

“O senador Wilder, que foi eleito em 2022 para mandato até 2030, poderá disputar o governo em 2026 sem necessidade de desincompatibilização do cargo atual. Isso, porque a exigência de renúncia do mandato parlamentar somente se aplica aos casos onde o mandato ultrapassa o período do novo cargo pretendido, conforme expressa a redação do artigo 1º, §4º da Lei das Inelegibilidades (LC 64/90)”, inicia.

“Como seu mandato de senador vai até 2030 e o mandato de governador seria de 2027 a 2030, não há sobreposição que exija a renúncia. É uma segurança jurídica que a legislação confere especificamente aos senadores, diferente do que ocorre com governadores e prefeitos, que precisam renunciar seis meses antes, conforme artigo 14, §6º da CF/88.”

Visão política

O professor e cientista político Guilherme de Carvalho acredita que 2026 é uma eleição sem riscos para Wilder, justamente por ele poder continuar no Senado até 2030. Ainda assim, o analista vê o senador como nome forte no pleito ao governo.

“Ele pega um cenário em que a tentativa de sucessão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) pelo vice [Daniel Vilela (MDB)] não é algo tão garantido. A gente sabe que o Daniel precisa engrenar, enquanto o Wilder já é uma figura conhecida no Estado e vem aprofundando essa perspectiva junto à base bolsonarista”, avalia.

Leia mais: Fora ou não do poder, Caiado vai manter força política em Goiás

Para Guilherme, inclusive, mesmo se não vencer em 2026, Wilder ainda sai mais forte. “Mesmo com cerca de quase dois anos antes do debate, ele entra no páreo brigando pelo primeiro lugar com Daniel.”

Já para 2030 é difícil dizer, conforme o cientista política. Ele lembra que o senador surgiu na base do Marconi, transitou na base do Caiado e hoje faz parte do grupo de Jair Bolsonaro (PL). Para ele, não dá para saber se daqui a seis anos ele ainda estará nesse mesmo grupo. “São muitas variáveis, ainda tem muita coisa para acontecer”, arremata.

Força

Logo após o segundo turno das eleições, o presidente estadual do PL em Goiás, senador Wilder Moraes, comemorou os resultados de 2024. Em coletiva, ele apontou que a legenda teve 1,3 milhão de votos no Estado e saiu fortalecido.

“O PL tinha oito prefeitos eleitos em Goiás, antes da liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro do País e da minha em Goiás”, afirmou. “Agora, o PL é o maior partido do Brasil e o maior de Goiás.”

Segundo Wilder, a legenda elegeu 26 prefeitos no Estado e 28 vices. Ele ainda reforçou que, com exceção de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Rio Verde, a sigla conquistou as prefeituras nas cidades importantes de Goiás.

“Ganhamos em cidades com candidatos do governador, do vice-governador e de governadores que não estão mais aqui”, afirmou ao citar o desejo de renovação da população. “É um partido que cresce organicamente e que vem plantando as sementinhas. Chegaremos muito fortes em 2026.”

Na prática, isso representa um “exército” de cabos eleitorais para pedir votos não só para Wilder daqui a dois anos, mas para os candidatos a deputados estaduais, federais e senadores da legenda.

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