Rumores de que Marçal pode ir para o UB avançam, o que pode afetar planos de Caiado
Ex-coach teria dito em reuniões fechadas com aliados que sua filiação à legenda já estaria certa
Ganharam força os rumores de que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) poderá se filiar ao União Brasil (UB) do governador Ronaldo Caiado. Conforme informações da Folha de S.Paulo, o goiano, que foi candidato a prefeito de São Paulo, neste ano, disse em reuniões fechadas com aliados que sua filiação à legenda já estaria certa.
O intuito, claro, seria viabilizar seu projeto para disputar a presidência em 2026, visto que o União Brasil é a segunda maior sigla de direita na Câmara dos Deputados, atrás apenas do PL. Caso isso se concretize, haverá uma disputa interna dentro do partido, uma vez que o governador Ronaldo Caiado é, também, assumidamente pré-candidato à presidência, em 2026.
É preciso dizer, a questão Marçal no União Brasil ainda depende de processos que o tornem inelegível. Um dos casos que pode impedi-lo de concorrer ao Planalto em 2026 foi a divulgação de laudo médico falso contra Guilherme Boulos (PSOL) para tentar associar o então candidato à prefeitura de São Paulo ao uso de drogas. A publicação ocorreu na véspera do primeiro turno das eleições.
Bolsonarismo
A postura de Pablo Marçal em São Paulo mostrou que a direita vai além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O empresário evidenciou competitividade e quase foi ao segundo turno, apesar dos parcos recursos do PRTB, partido que é filiado.
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Na campanha pela prefeitura de São Paulo, Pablo flertou com o apoio de Bolsonaro – que nunca aconteceu. O ex-presidente caminhou, de forma tímida, com o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB). Porém, as rusgas com o clã Bolsonaro foram além de um “não” para o goiano. Os desentendimentos envolveram, também, os filhos de Bolsonaro – sobretudo Carlos e Eduardo.
O desentendimento levou Marçal a não declarar apoio a ninguém no segundo turno em São Paulo e cobrou que Bolsonaro pedisse desculpas publicamente pelos conflitos.
Caiado
Com o indiciamento de Bolsonaro, na última semana, por tentativa de golpe de Estado, além de críticas trocadas nas eleições em Goiás, o governador Ronaldo Caiado – que antes queria a bênção do ex-presidente – tem se colocado como alternativa à direita. O goiano, apesar disso, tem medido as palavras.
Durante jantar na abertura da 55ª Convenção da Confederação Israelita do Brasil (Conib), no Clube A Hebraica, em São Paulo, ele comentou brevemente o assunto, mas focou críticas no governo federal. “E daí? A vida continua”, disse sobre o indiciamento. “Agora tem dois anos que é só essa discussão no Brasil. O governo não tem uma proposta. Eu sou governador do Estado. Se eu fosse ficar preocupado com as pequenas coisas, eu não governaria”, emendou.
Na ocasião, ele também disse que formalizaria a pré-candidatura depois do Carnaval, em Salvador. Ele também afirmou que já começaria a visitar cidades em janeiro.
Sobre a eleição em Goiânia, enquanto Bolsonaro apoiou Fred Rodrigues (PL), Caiado apoiou o vencedor do páreo, o prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil). Em determinado momento, o ex-presidente chamou, sem citar o nome, o governador de “covarde” durante comício e disse que a influência dele se restringia a Goiás, diferente dele próprio.