Pacote de corte de gastos do governo é “insuficiente” para reverter déficit, diz IFI
IFI ressalta que o governo enfrenta um desequilíbrio estrutural nas contas públicas, agravado pela recente decisão de alterar as metas fiscais de 2025 e 2026
A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou na última semana, uma análise preliminar que aponta que o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo é insuficiente para reverter os déficits primários projetados para os próximos anos.
Apesar da avaliação, a IFI destacou que o conjunto de medidas representa uma iniciativa positiva por incluir despesas atualmente fora dos limites do arcabouço fiscal.
De acordo com as projeções da IFI, o déficit primário para 2025 será de R$ 102,9 bilhões, ou 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
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Para 2026, o valor previsto é de R$ 107,8 bilhões, também 0,8% do PIB. Mesmo com o pacote proposto, a instituição avalia que o cenário fiscal brasileiro não apresentará superávits primários nos próximos anos.
Desequilíbrio estrutural preocupa
A análise da IFI ressalta que o governo enfrenta um desequilíbrio estrutural nas contas públicas, agravado pela recente decisão de alterar as metas fiscais de 2025 e 2026. Segundo a instituição, este quadro traz impactos negativos para a inflação, taxa de juros, câmbio e percepção de sustentabilidade da dívida pública no longo prazo.
“Existe um desequilíbrio fiscal persistente e estrutural na economia brasileira, com consequências indesejáveis para a inflação, a taxa de juros, a taxa de câmbio e a percepção de sustentabilidade das contas públicas no longo prazo”, alertou a IFI.
Votação do pacote de corte de gastos
O pacote de corte de gastos, que será analisado pelo Congresso Nacional, será dividido em uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar (PLP). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a votação das medidas deve ocorrer até o final de dezembro.
O governo defende que as mudanças são essenciais para sinalizar compromisso com a responsabilidade fiscal, mas enfrentará desafios para equilibrar cortes e preservar programas prioritários.