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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
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Mil transplantes

HGG atinge a marca de mil transplantes realizados em 2024

O Hospital é o único da rede estadual a realizar transplantes de órgãos, atingiu o marco histórico de mil transplantes renais realizados

Postado em 5 de dezembro de 2024 por Micael Silva
"Graças a Deus, estou ótimo, me sentindo muito bem. É uma sensação incrível voltar a ter qualidade de vida. Tudo está indo melhor do que eu poderia imaginar” Foto: Alexandre Paes O HOJE
"Graças a Deus, estou ótimo, me sentindo muito bem. É uma sensação incrível voltar a ter qualidade de vida. Tudo está indo melhor do que eu poderia imaginar” Foto: Alexandre Paes O HOJE

Wellington Alvarenga, de 45 anos, pecuarista da cidade de Porto Alegre do Norte, no Mato Grosso, é o paciente que marcou o milésimo transplante renal realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi  Após quase dois anos enfrentando os desafios da hemodiálise, ele enfrentou a difícil trajetória que viveu até o momento transformador da cirurgia.

“A minha luta foi muito difícil. No início, fiquei aqui em Goiânia por cerca de cinco a seis meses para o tratamento, mas minha família mora no Mato Grosso. Pedi transferência para lá, mas as coisas ficaram ainda mais complicadas.Toda era cansativo e muito desgastante, mas, mesmo assim, eu nunca perdi a esperança.

Após o transplante, Wellington fala com entusiasmo sobre sua recuperação. “Graças a Deus, estou ótimo, me sentindo muito bem. É uma sensação incrível voltar a ter qualidade de vida. Tudo está indo melhor do que eu poderia imaginar.”

Com muita emoção, ele também destacou a importância da doação de órgãos e deixou uma mensagem para as famílias que, em momentos difíceis, fazem a escolha de doar. “Espero que Deus abençoe muitas pessoas e as famílias que tomam essa decisão. É um ato de amor tão grande. Quero que Deus conforte a família do rapaz que doou o rim para mim, porque sei que não é fácil perder alguém querido. Mas a vida é assim, e o que nos resta é ter fé e acreditar.”

Paulo Sérgio de Abreu, locutor com 38 anos de experiência, não economizou palavras para descrever o impacto do trabalho realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). Após seis anos de sofrimento da hemodiálise, ele recebeu um transplante renal e, agora, comemora o retorno à sua cidade, Santa Bárbara, cheia de vida e energia.

“Esse trabalho aqui no hospital é bom demais da conta! é vida pra quem estava como eu. foram seis anos de hemodiálise, um sofrimento enorme. Agora, tudo mudou. Estou bem demais, com uma equipe maravilhosa que merece toda honra. A gente recebe uma nova vida e só tem gratidão. Estou na ativa novamente, hein?”.

Com sua voz marcante, Paulo Sérgio deixa uma mensagem poderosa sobre a importância da doação de órgãos:

“Gente, olha, quero falar pra vocês que têm dúvidas ou preconceitos sobre a doação de órgãos: isso salva vidas! Meu doador salvou a minha. Pensem isso! A doação é um ato de amor, é dar uma nova chance para o próximo. Gostaria de abraçar a família do meu doador e agradecer por essa oportunidade de viver novamente.

Foi através desses e outros pacientes que o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia, consolidou-se como uma referência nacional em transplantes renais, a unidade alcançou a marca de mil transplantes de rins, mantendo-se como o maior centro transplantador do Centro – Oeste brasileiro.

Fila de transplantes 

Katiuscia Christiane, gerente do Centro de Transplantes de Goiás, destacou os avanços e os desafios que ainda cercam o tema da doação de órgãos no estado. Atualmente, Goiás conta com cerca de 2.100 pessoas na fila de espera por um transplante, sendo 600 apenas para rins.

“Esse número de mil transplantes renais representa milhares de vidas transformadas. Cada transplante é fruto de um esforço coletivo que envolve doadores, familiares, profissionais de saúde e o apoio do sistema estadual de transplantes. O trabalho do Centro de Transplantes vai além de acompanhar casos e notificações de mortes encefálicas; é também acolher as famílias nesse momento tão difícil”, afirmou.

A recusa das famílias ainda é um dos maiores obstáculos para o aumento no número de doações. Segundo Katiuscia, é essencial sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos. “Mesmo com equipes capacitadas para dialogar com as famílias, ainda enfrentamos um índice alto de recusa em Goiás. Por isso, treinamos profissionais de saúde e realizamos campanhas de conscientização para reduzir essa resistência e incentivar as famílias a autorizar a doação.”

Leia mais: Sócio de laboratório é preso por emissão de laudos falsos que resultaram em transplantes de órgãos contaminados com HIV

Para Katiuscia, a chave para aumentar as doações está no diálogo familiar. “Para ser doador de órgãos, a decisão é da família. Mesmo que uma pessoa registre seu desejo de doar em documentos oficiais, como a identidade ou em registros eletrônicos nos cartórios, quem decide no momento final é a família. Por isso, é fundamental conversar com seus familiares e deixar claro o desejo de ser um doador.”

A gerente reforçou que o Centro de Transplantes continuará trabalhando para expandir as doações no estado e transformar mais vidas. “Esse marco de mil transplantes é uma vitória coletiva, mas ainda temos um longo caminho para conscientizar mais pessoas sobre a importância da doação de órgãos. Cada ato de doação é uma chance de devolver qualidade de vida aos pacientes e suas famílias”, concluiu.

Unidade conta com ala especial para transplantados

Desde que iniciou os procedimentos, em 2017, o Serviço de Transplante Renal do HGG vem se destacando tanto pelo volume quanto pela excelência. Em 2023, o hospital foi classificado como Nível A no Programa de Qualidade no Processo de Doação e Transplantes (Qualidot), nota máxima concedida pelo Ministério da Saúde, confirmando a unidade como um modelo na avaliação de indicadores como qualidade e segurança nos procedimentos.

Em 2024, até o momento, já foram realizados 135 transplantes renais no HGG. Esses resultados colocam Goiás como o 10º estado em número de transplantes renais no país, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

O avanço do HGG também está ligado a investimentos em infraestrutura. Em 2022, foi inaugurada uma nova Unidade de Transplantes, fruto de um porte de R$ 2,8 milhões. Com uma área de 644 m², o espaço moderno conta com 32 novos leitos, sendo 26 destinados a transplantes de rins, fígado, pâncreas e rim-pâncreas, e outros seis para transplante de medula óssea.

Além dos números expressivos, o HGG tem se consolidado pela humanização no atendimento. Uma equipe multidisciplinar atua desde o acolhimento das famílias de doadores até a realização do transplante, garantindo não apenas a técnica impecável, mas também o suporte emocional necessário em momentos decisivos.

Com o status de maior centro transplantador da região e como referência nacional, o HGG continua salvando vidas, transformando histórias e provando que o investimento em saúde pública de qualidade é essencial para o bem-estar da população.

“O Hospital Alberto Rassi não realiza apenas transplantes em volume expressivo, mas o faz com qualidade, eficiência e humanização. Esse resultado também só é possível graças às famílias que se sensibilizaram e autorizaram a doação de órgãos, permitindo proporcionar qualidade de vida aos pacientes”, apontou o Secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos

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