Na contramão de Goiânia, Anápolis e Aparecida tendem a renovar presidentes na Câmara
O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo, é o único que caminha para um novo mandato
As eleições para as mesas diretoras das Câmaras Municipais em Goiás movimentam os bastidores políticos. Em Aparecida de Goiânia e Anápolis, os cenários apontam para novos representantes à frente do Legislativo, enquanto em Goiânia, o presidente Romário Policarpo (PRD) caminha para um novo mandato, respaldado por ampla articulação e alinhamento político com a gestão municipal.
Em Anápolis, a articulação entre Andreia Rezende (Avante) e Dr. José Fernandes (MDB) fortalece a oposição ao atual presidente da Câmara, Domingos Paula (PDT). A aliança, com apoio do prefeito eleito Márcio Corrêa (PL), já contabiliza 14 votos e prevê um modelo de divisão de poder: Andreia lideraria o Legislativo no primeiro biênio, e Fernandes assumiria nos dois anos finais do mandato.
O acordo sinaliza uma mudança significativa na dinâmica da Câmara, anteriormente sob forte influência do prefeito Roberto Naves (Republicanos). A eleição, marcada para 1º de janeiro, deverá consolidar essa nova configuração, com impactos diretos na governabilidade do futuro prefeito.
Disputa em Aparecida
Em Aparecida, a disputa pela presidência da Câmara envolve nomes de peso. Gilsão Meu Povo (MDB), vereador mais votado, tem se articulado com apoio do grupo político do prefeito eleito, Leandro Vilela (MDB). Gilsão também busca conquistar vereadores da oposição, enfraquecida após a derrota do Professor Alcides (PL) no pleito municipal.
Enquanto isso, Tatá Teixeira (União Brasil), segundo mais votado, optou por uma estratégia mais cautelosa, evitando embates diretos no momento. Seu grupo, ligado ao ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB), mantém conversas internas e aguarda a diplomação para intensificar as articulações.
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Leandro Vilela, por sua vez, trabalha para garantir estabilidade política na Câmara, essencial para sua gestão. Recentemente, o prefeito eleito buscou recursos em Brasília para solucionar desafios em infraestrutura, saúde e educação, reforçando a necessidade de uma base legislativa harmônica.
A expectativa é que a disputa pela presidência seja resolvida em consenso ou por meio de um embate direto entre Tatá e Gilsão, com ambos garantindo fidelidade ao grupo político do novo prefeito.
Goiânia na contramão
Na capital, Romário Policarpo segue como favorito para a presidência da Câmara, emplacando seu quarto mandato consecutivo. Com apoio do prefeito eleito Sandro Mabel (UB) e da maioria dos vereadores, Policarpo deve contar com até 30 votos em uma Câmara composta por 37 parlamentares.
A reforma administrativa da futura gestão de Mabel é uma prioridade para Policarpo, que articula a aprovação do projeto ainda em dezembro. A proposta inclui a criação de novas secretarias, ajustes no organograma e a busca por maior eficiência administrativa, com foco em saúde, educação e infraestrutura.
Policarpo elogia o diálogo entre a atual gestão e a equipe de transição, que, segundo ele, será fundamental para a aprovação das medidas. “Nosso papel, enquanto Legislativo, é facilitar esse processo, sempre com responsabilidade e transparência”, afirmou.
Cenário político
Os movimentos políticos em Aparecida e Anápolis demonstram uma busca por renovação, com novos líderes assumindo o protagonismo no Legislativo. Já em Goiânia, a reeleição de Policarpo reforça a estabilidade e o alinhamento entre Executivo e Legislativo. Com cenários distintos, mas igualmente estratégicos, as decisões nas Câmaras Municipais terão reflexos importantes para a gestão pública nas três cidades.