Xingar e falar palavrões pode aumentar a confiança, a força física e os níveis de comportamento de uma pessoa
Falar palavrão tem efeitos benéficos na realização de tarefas físicas e em contextos desafiadores, diz pesquisadores
Já imaginou que xingar pode trazer mais benefícios do que aliviar a raiva? Um estudo realizado pela Universidade Keele, no Reino Unido, aponta que usar palavrões pode aumentar a força física e a coragem das pessoas.
A pesquisa britânica, publicada na revista científica Quarterly Journal of Experimental Psychology, investigou como os palavrões podem influenciar o desempenho físico e comportamental. O objetivo da equipe era identificar o mecanismo psicológico pelo qual um linguajar obsceno, com palavrões, ou ofensivo, com xingamentos, pode ser benéfico para a realização de tarefas físicas.
Em dois experimentos, os participantes se mostraram mais resistentes e ousados ao proferirem xingamentos. Em um deles, os voluntários aguentaram mais tempo em uma flexão de cadeira. Já em outro, foram mais audaciosos ao encher balões, chegando a um comportamento de risco 8% maior em comparação a quando usavam um vocabulário neutro.
Os cientistas atribuem esses resultados ao chamado “estado de desinibição”, que reduz o autocontrole e os limites sociais, além de considerarem o humor gerado por palavrões como um fator que potencializa a força física.
Ainda de acordo com a pesquisa publicada, o humor vindo de alguns palavrões também foi considerado um importante mecanismo psicológico para aumentar a força física durante os experimentos. No entanto, os pesquisadores apontaram a necessidade de uma investigação mais profunda sobre esse efeito descoberto.
Goiânia: capital entre os que mais xingam
Enquanto os britânicos analisam os efeitos positivos de xingar, Goiânia se destaca como uma das capitais brasileiras onde palavrões são mais comuns.
Uma pesquisa realizada pela plataforma e-learning Preply em 2023, revelou que Goiânia esteve entre as capitais com população que mais falam palavras de baixo calão no Brasil. Os moradores da cidade falam, em média, quatro palavrões por dia, ocupando o quinto lugar no ranking nacional. Brasília lidera a lista, ao lado do Rio de Janeiro e Fortaleza, com uma média de oito palavrões diários.
O levantamento mostrou que 48% das palavras de baixo calão são ditas dentro de casa, seguidas de situações no trânsito e conversas entre amigos. A pesquisa também chamou atenção ao classificar Goiânia como a cidade “mais mal-educada” do Brasil, com base em comportamentos como falar alto em público e usar o celular sem fones de ouvido.
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