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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
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Moeda

Risco fiscal é a principal ameaça à estabilidade financeira, afirmam pesquisa realizada pelo Banco Central

O resultado é parte de pesquisa realizada com instituições e divulgada pelo Banco Central

Postado em 6 de dezembro de 2024 por Letícia Leite
O período da pesquisa aconteceu entre 21 de outubro a 8 de novembro. Foto: Unsplash/Ian Talmacs

Um eventual descontrole nas finanças públicas, resultando em um aumento desmedido dos gastos governamentais, representa o maior risco à estabilidade financeira nos próximos três anos, de acordo com instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC). Essa informação faz parte da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF), que é publicada trimestralmente pelo órgão.

O risco fiscal foi apontado por 42% das instituições financeiras como a maior preocupação atual, mantendo sua posição em relação à pesquisa anterior. No levantamento de agosto, 41% das instituições já havia destacado o mesmo problema. Na pesquisa, as instituições também mencionaram que “preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e o arcabouço fiscal e seus impactos nos preços de ativos e na política monetária [juros]”.

Em segundo lugar, os riscos internacionais foram citados por 27% delas como a preocupação mais relevante no momento. Conforme relatado pelo BC, as instituições apontaram um aumento nas apreensões relativas às eleições nos Estados Unidos, a intensificação de conflitos geopolíticos, a desaceleração da economia chinesa e as políticas monetárias e atividades econômicas nos EUA. Em agosto, 23% das instituições financeiras mencionaram essas preocupações.

Em uma terceira posição, ficou o risco de inadimplência e a atividade econômica interna, mencionado por 12% das instituições, mesmo percentual registrado em agosto. Ainda segundo o BC, esse tipo de risco permanece contido e com um impacto médio sobre o sistema financeiro. Contudo, as instituições observaram um aumento na probabilidade de ocorrência, o que reflete preocupações em relação à alavancagem (expansão das dívidas) e à inadimplência de famílias e empresas, assim como os efeitos do aperto monetário devido ao aumento das taxas de juros.

Por outro lado, o Banco destacou que as instituições financeiras passaram a adotar uma perspectiva mais otimista em relação ao ciclo de crescimento econômico. O número de instituições que consideram a atual fase do ciclo econômico como “expansão” e “boom” (pico) subiu, enquanto caiu a proporção de respondentes que acreditam que o país atravessa uma fase de recuperação econômica (crescimento que ocupa a capacidade ociosa da economia, sem ampliação de investimentos). Os percentuais exatos não foram fornecidos.

A pesquisa também observou que a confiança na estabilidade do Sistema Financeiro Nacional continua “elevado, com aumento na margem”. Desta forma, mais instituições confiam no sistema financeiro, ainda que em pequena medida. BC não forneceu números exatos.

O Banco ouviu as opiniões de 89 instituições financeiras, incluindo bancos, cooperativas de crédito, instituições de pagamento e empresas de gestão de recursos. O período da pesquisa aconteceu entre 21 de outubro a 8 de novembro.

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