Recicláveis ganham nova utilidade em projeto realizado por escolas goianas
Com a participação de 570 alunos, a ação teve o objetivo de despertar nos estudantes a reflexão sobre temas de sustentabilidade e educação ambiental
Abordar questões socioambientais vai muito além do simples cumprimento da legislação relacionada ao meio ambiente, ao manejo de resíduos e à preservação de biomas. Trata-se de reconhecer que a sociedade é parte integrante do planeta e que a qualidade de vida – englobando seres humanos, animais e plantas – deve ser considerada em uma perspectiva global.
E a responsabilidade socioambiental consiste, essencialmente, na implementação de políticas e iniciativas voltadas à promoção da sustentabilidade, visando a diminuição dos impactos no meio ambiente.
Aproveitar materiais que, de outra forma, seriam descartados como resíduos não recicláveis – ou seja, aqueles que não podem ser reutilizados ou convertidos em novos produtos – representa um ato de preservação ambiental e de manutenção do equilíbrio ecológico.
Essa prática traz diversos benefícios, incluindo a redução e prevenção de riscos à saúde pública, bem como o alívio dos impactos ambientais e a diminuição da exploração de recursos naturais. Ao reciclar e atribuir novas funções a esses materiais, é possível contribuir significativamente para a conservação do meio ambiente.
É o exemplo do projeto “Do Lixo ao Luxo”, realizado em dez escolas estaduais de Aparecida de Goiânia, a ação que envolveu 19 turmas do 6º ano transformou objetos descartados na lixeira, em brinquedos, maquetes e até roupas. Tendo como objetivo principal despertar nos estudantes a reflexão sobre temas de sustentabilidade, educação ambiental e melhorar as condições de convivência entre seres humanos e natureza
Segundo o gestor escolar, Rogério Toscano Araújo, trazer a discussão sobre o uso do lixo para reciclagem e educação ambiental em escolas de ensino fundamental é essencial, pois envolve formação de hábitos e conscientização de crianças e adolescentes em um momento estratégico de suas vidas, quando estão desenvolvendo valores e atitudes que os acompanharão na vida adulta.
Ele explica que o “Do Lixo ao Luxo” teve como abordagens a educação e formação de cidadãos conscientes, o ensino de práticas de separação de resíduos, reutilização e reciclagem. A conexão entre teoria e prática que integra conceitos estudados nas disciplinas escolares, os projetos de reciclagem que podem ser utilizados para resolver locais, além do impacto social e ambiental, que são peças fundamentais para a recuperação e conservação dos locais naturais da comunidade onde os estudantes vivem.
O resultado final dos objetos produzidos pelos estudantes da Escola Estadual João Barbosa Reis, foram apresentados na última sexta-feira (6). Rogério, por sua vez, destaca que a expectativa do projeto, é ter gerado a contínua consciência dos alunos sobre a preservação do meio ambiente.
“Espera-se que os estudantes tenham aprendidos sobre como preservar, restaurar e cuidar do meio ambiente, bem como possam trabalhar a reciclagem, de forma lucrativa, seja por meios do comércio do lixo, ou pela criatividade, fabricando peças ou objetos para serem comercializados, gerando uma renda extra para a família.”
Na ação que sensibilizou 570 alunos, também foram realizadas 38 atividades educativas e 10 palestras com a Cooperativa de Trabalho de Catadoras de Materiais Recicláveis Feminina de Aparecida de Goiânia (Coorfap), entidade da qual foram adquiridos os materiais utilizados nas oficinas.
A criação de projetos
Além do projeto acima, também foram realizadas outras duas iniciativas, com a meta de incentivar a difusão e o debate de conteúdos sobre meio ambiente, sustentabilidade, objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e saúde entre os alunos do Ensino Fundamental e Médio de Aparecida de Goiânia e Trindade.
O “Formando Formadores”, trouxe um olhar atento ao ensino, com a capacitação de 82 profissionais pedagógicos, através da aplicação de cursos de formação e atividades presenciais sobre temas transversais, como meio ambiente, sustentabilidade, ODS, com metodologias ativas e base teórico-prática para o desenvolvimento de competências.
“O projeto possibilita a ampliação de novos formadores de educação ambiental, que atuarão na sociedade e na comunidade escolar de forma direta e objetiva, proporcionando assim um aprendizado mais direcionado, pois irão dialogar com os outros estudantes de forma mais próxima, diante de uma linguagem igualitária”, continua Rogério.
Já o projeto “Desafio”, engajou 224 estudantes de 32 escolas, com atividades lúdicas e educativas, como gincanas com transmissão online, voltada para a conscientização ambiental, com rodadas de perguntas sobre temas como sustentabilidade, saúde, saneamento, meio ambiente e atitude cidadã.
“Trabalhar estratégias de forma lúdica para promover a conscientização sobre reciclagem e educação ambiental no espaço escolar é uma abordagem eficaz para engajar estudantes, especialmente nos anos finais do ensino fundamental. A ludicidade facilita o aprendizado, tornando-o mais leve, divertido e significativo. Um exemplo prático pode ser o desenvolvimento de projetos, estruturados com atividades interativas que unem educação, criatividade e colaboração”, finaliza o gestor.