Cadela morre enforcada em pet shop e família pede justiça em Goiás
“O animal estava preso pelo pescoço”, afirma tutora
Uma cadela de quatro anos morreu enforcada em um pet shop em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O caso foi denunciado pela tutora, Angélica Fernandes, corretora de imóveis, que afirmou que o animal estava preso pelo pescoço em uma bancada quando os funcionários saíram para almoçar.
Segundo Angélica, Hasha, como era chamada a cadela, foi encontrada morta pelo filho da tutora, que foi até o estabelecimento buscar o animal. “Deixaram ela lá presa pelo pescoço, e aí com certeza ela escorregou, tentou pular”, deduziu Angélica. Ela detalhou que o filho chegou ao local e, pela porta de vidro, viu o animal pendurado. “Correu desesperado, pegou ela no colo, ainda tentando fazer alguma coisa, mas ela já estava sem vida. Já a tinha defecado, estava com a linguinha para fora, com os olhos para fora.”
A corretora afirmou que o filho passou mal após o ocorrido e precisou de atendimento médico. Ele foi levado ao hospital por bombeiros que atuam próximo ao estabelecimento. Depois de medicado, foi liberado e retornou para casa.
Denúncia e posicionamento do pet shop
Angélica registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Ela relatou que havia agendado o banho da cadela para a manhã do dia 3 de dezembro. Por volta de 11h20, recebeu uma mensagem da proprietária do pet shop informando que Hasha já havia sido atendida e que ela poderia buscá-la antes do almoço dos funcionários, marcado para o meio-dia.
De acordo com a tutora, a proprietária garantiu que Hasha estava tranquila e que ela mesma entregaria o animal. “Como ela mora em cima, ela falou: pode chamar, me avisar que eu desço para entregar ela, mas fica tranquila que a Hasha não está agitada, ela está caladinha e tranquilinha lá. Nesse momento eu imaginei que a Hasha estivesse no cercadinho, no chão, e que ela [a proprietária] estivesse acompanhando lá de cima pelas câmeras”, disse Angélica.
Em nota, a dona do pet shop lamentou o ocorrido e classificou o episódio como uma negligência de um funcionário. Ela afirmou que o profissional foi demitido e que o estabelecimento custeou a cremação do animal. “Assim que tomei ciência do ocorrido, medidas imediatas foram tomadas. O funcionário envolvido foi advertido, nos próximos dias outras medidas serão tomadas, e estamos revisando nossos protocolos de treinamento e supervisão para garantir que algo assim jamais volte a acontecer.”
A proprietária também justificou a decisão de manter o funcionamento do pet shop após a morte do animal. Segundo ela, havia outros pets sob cuidados no local que não poderiam ter seus atendimentos adiados. “Essa decisão foi tomada com base na nossa responsabilidade com todos os pets que estavam sob nossa responsabilidade neste dia.”
Família sofre com a perda e busca justiça
Hasha fazia parte da família desde 2020, quando foi adotada pelo filho mais velho de Angélica. Segundo a tutora, a cadela era considerada como uma filha. “Ela só ficava dentro de casa, ela não era bichinho de ficar de fora. Ela dormia no meu quarto, no quarto dos meus meninos.”
Angélica afirmou que a família sente a ausência do animal de forma intensa. “Aqui estamos sentindo muita, muita falta dela, do cheirinho dela, pelinhos dela pela casa, da alegria que ela nos trazia, tudo aqui está ruim sem ela”, desabafou.
A corretora declarou que pretende buscar justiça pela morte de Hasha. “A dor que ela sentiu sozinha, sem direito a um socorro, não vai ficar impune.”