Dólar atinge novo recorde e fecha a R$ 6,08
O maior valor histórico da moeda americana no Brasil
O dólar encerrou a segunda-feira (9) em alta de 0,18%, cotado a R$ 6,08, registrando o maior valor histórico da moeda americana no Brasil. O movimento é influenciado por uma combinação de fatores internos e externos, incluindo decisões sobre taxas de juros, inflação e tensões geopolíticas.
Nesta semana, investidores aguardam as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro e o Federal Reserve (Fed) americano definirão as novas taxas de juros na quarta-feira (11).
Recordes do dólar
No cenário interno, o mercado está atento à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ocorrerá na terça-feira (10). De acordo com o Boletim Focus, a projeção de inflação para 2024 subiu para 4,84%, ultrapassando o teto da meta, que é de 4,50%.
No exterior, investidores acompanham a divulgação de dados de consumo nos Estados Unidos e as tensões geopolíticas na Síria. A queda do presidente sírio Bashar al-Assad gerou incertezas que impulsionaram os preços do petróleo. As ações da Petrobras registraram alta, com as preferenciais (PN) subindo 2,56%, a R$ 40,03, e as ordinárias (ON) avançando 2,61%, a R$ 43,21.
Impactos da alta do dólar
Um estudo realizado pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou os efeitos das oscilações cambiais no consumo dos brasileiros. A pesquisa mostra que o impacto do câmbio sobre a cesta de consumo varia de 16% a 18%, dependendo da faixa de renda.
O levantamento destaca que as importações brasileiras, que correspondem a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), dependem diretamente do câmbio. Além disso, o impacto sobre a inflação, medido pelo IPCA, varia entre 11% para famílias de alta renda e 14% para aquelas de baixa renda.
No setor de alimentos e bebidas, as famílias de baixa renda enfrentam um impacto de 37%, enquanto as de média e alta renda registram percentuais de 20,9% e 13,1%, respectivamente. No setor de habitação, o impacto é de 21,9% para famílias de baixa renda, 16,2% para média e 9% para alta.
Os autores do estudo, Claudia Emiko Yoshinaga, Francisco Henrique Figueiredo, Ricardo Ratner Rochman e William Eid Junior, recomendam a diversificação internacional dos investimentos como forma de proteger o poder de compra. Eles sugerem que os brasileiros tenham, no mínimo, 16% de seus portfólios alocados no exterior. Para famílias de maior renda, o percentual sugerido é de 18%.
“Investir no exterior permite acesso a novas oportunidades e setores em crescimento, além de proteger o portfólio das oscilações da moeda local”, afirmam os autores. Eles ressaltam que a diversificação internacional também oferece oportunidades em setores pouco representados na bolsa brasileira, como tecnologia e biotecnologia, que têm registrado forte expansão em mercados globais.