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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
Clima tenso

Centrão se afasta de Lula e pressiona por reforma ministerial

Partidos insatisfeitos com o governo buscam mais espaço para fortalecer apoio em 2026

Postado em 11 de dezembro de 2024 por Davih Lacerda
governo
Deputado federal, Elmar Nascimento, presidente do PSD, Gilberto Kassab e o presidente Lula | Fotos: Reprodução / Reprodução

O governo Lula tem enfrentado um cenário turbulento no que diz respeito às suas alianças políticas. O “Centrão”, um bloco de partidos que tem sido essencial para a sustentação da base governista, começa a demonstrar sinais claros de insatisfação.

Assim, surge o debate sobre uma reforma ministerial, que pode ser anunciada nos primeiros meses de 2025, com o objetivo de atender a demandas desses aliados e fortalecer o apoio à reeleição de Lula em 2026.

A principal motivação por trás dessa reforma seria o rearranjo de cargos e a acomodação de interesses de partidos que são vitais para o governo.

Entre eles, se destacam siglas como o União Brasil e o PSD, que, apesar de estarem na base do governo, começam a se afastar gradualmente do projeto de reeleição do presidente.

UB quer mais espaço

O União Brasil tem mostrado crescente descontentamento com o governo Lula, especialmente em relação ao tratamento dado a seus membros e à falta de reconhecimento nas decisões do Planalto.

Um dos principais nomes do partido, o deputado Elmar Nascimento, líder da sigla na Câmara, tem se destacado por negociar uma maior aproximação com o governo. Embora tenha sido inicialmente vetado para um ministério devido ao seu histórico de oposição, a situação parece ter mudado.

Com a expectativa de que o União Brasil exerça um papel mais relevante, Nascimento pode ser nomeado para uma pasta no futuro próximo.

Esse movimento parece ser uma tentativa de fortalecer a aliança com o partido e, ao mesmo tempo, evitar uma neutralidade que poderia prejudicar o projeto eleitoral de Lula em 2026.

Leia também: Câmara aprova programa para Estados renegociarem dívidas com a União

PSD exige mais

O PSD, presidido por Gilberto Kassab, tem exercido grande pressão sobre o governo, especialmente no que se refere ao espaço ocupado no Executivo.

A sigla, que elegeu o maior número de prefeitos nas últimas eleições municipais, busca agora expandir sua participação nas decisões políticas de Brasília.

A insatisfação é clara, especialmente após a votação de projetos do pacote fiscal, em que o apoio dos deputados do PSD foi abaixo das expectativas do Planalto. Para conter esse descontentamento, a reforma ministerial se apresenta como uma solução possível.

A sigla também espera ver o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, vinculado ao partido, ser alocado em um ministério estratégico após sua saída da presidência do Congresso, em fevereiro de 2024.

PP é dúvida

Outro partido que faz parte da base governista, mas que também mantém uma postura cautelosa, é o PP. A legenda, liderada por Arthur Lira, presidente da Câmara, tem se mostrado resistente ao projeto de reeleição de Lula, o que reflete um cenário de incerteza para o governo.

Lira, embora tenha sido uma peça-chave nas articulações do governo até o momento, não parece disposto a se comprometer de forma mais enfática com a reeleição de Lula.

Reforma ministerial

A reforma ministerial de Lula é vista como uma resposta à crescente insatisfação de partidos centristas, mas também como uma forma de garantir apoio para as eleições de 2026.

Com a possibilidade de ajustes nos ministérios, especialmente nas pastas com maior visibilidade política, o governo busca renovar suas alianças e fortalecer sua base de apoio.

A Secretaria de Comunicação Social, comandada por Paulo Pimenta, é uma das mais criticadas no governo, e sua possível substituição é um dos pontos em destaque dessa reforma.

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, também tem sido alvo de críticas, embora ainda mantenha a confiança de Lula.

 

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