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sábado, 14 de dezembro de 2024
Campanha

Dezembro Laranja reforça cuidados e prevenção do câncer de pele

Especialista alerta a importância dos cuidados diários com a pele e corpo, além da necessidade do diagnóstico precoce

Postado em 14 de dezembro de 2024 por Letícia Leite
A doença é causada pelo crescimento anormal e desregulado das células que constituem a pele. Foto: Freepik

O verão é a época mais esperada pelos brasileiros. Mesmo aqueles que não gostam de se bronzear na praia aproveitam os dias quentes para desfrutar mais do ambiente externo. Isso resulta em uma exposição excessiva da pele aos raios solares. Como resultado, o índice de casos de câncer de pele cresce a cada nova previsão. 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença é a mais frequente no Brasil, representando 33% dos casos de câncer. Com o objetivo de reforçar a importância da conscientização sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove a campanha Dezembro Laranja, destacando que o cuidado com a pele vai além da estética, sendo uma questão de saúde pública.

O câncer de pele é causado pelo crescimento anormal e desregulado das células que constituem a pele. Essas células se organizam em camadas e, conforme as que forem afetadas, são classificados os diversos tipos de câncer. Os mais frequentes são os carcinomas basocelulares e espinocelulares. Mais raro e letal do que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele.

De acordo com o dermatologista especializado em prevenção e tratamento do câncer de pele, Dr. Bones Jr., muitas pessoas ignoram sinais importantes, como uma pinta que muda de cor, borda ou tamanho, ou uma ferida que não cicatriza.

“Toda lesão de pele que surge, que não cicatriza, que seja uma ferida, espinha que você espreme, que você não tinha antes e que dura mais de quatro semanas. Um cravo normalmente é uma história comum do paciente, ‘esse cravo no meu nariz, eu já tenho ele há quatro anos e quando eu espremo sai uma aguinha’. E até mesmo pintas que mudam o formato dela ou pintas que têm mais de uma cor, que estão crescendo ou coçando, isso são algumas características de lesões”, explica.

O dermatologista Dr. Bones Jr., alerta que muitas pessoas ignoram sinais importantes, como uma pinta que muda de cor, borda ou tamanho, ou uma ferida que não cicatriza. Foto: Arquivo Pessoal

Existem diferentes tipos da doença. Os carcinomas basocelular e espinocelular são os mais comuns, relacionados à exposição contínua ao sol. Já o melanoma, o tipo mais grave, é frequentemente associado a queimaduras solares intensas na infância. “Carcinomas podem parecer uma espinha ou lesão simples, mas podem evoluir para deformidades ou até metástase. Já o melanoma exige atenção redobrada, pois pode ser fatal”, relata o especialista.

O impacto da exposição solar

O médico também destaca o papel do sol na saúde humana e os cuidados necessários para evitar danos. “O sol é essencial para a produção da vitamina D, conhecida como hormônio D, que desempenha um papel importante no nosso organismo. No entanto, é preciso equilíbrio: enquanto a exposição ao sol ajuda a evitar doenças como depressão e condições autoimunes, o excesso pode causar alterações celulares que levam ao câncer de pele, especialmente em pessoas de pele clara ou com histórico familiar da doença”.

Ele ainda explica que os raios UVB e UVA, são um dos principais responsáveis pelo câncer de pele. “Esse dano solar acumulado acaba gerando alterações no DNA das células fazendo com que elas cresçam de forma desempregadas”, diz. Ele conclui que as queimaduras solares durante a infância, podem ser um dos fatores que mais contribui para um desenvolvimento futuro do câncer de pele melanoma. “Não dá para desconsiderar fatores genéticos”, continua. 

O profissional alerta que pessoas que possuem câncer na família, têm maior chance de desenvolver, além de indivíduos com pele clara, olho claro, cabelo loiro ou ruivos, pois dispõem de menos melanina para proteger a pele contra os danos solares. 

“Além disso tem outros fatores como radiação de tratamento de radioterapia, pode ser um fato associado, queimaduras na pele diretamente ou mesmo machucados crônicos, imunodeprimidos, desde pacientes que tomam medicamentos para diminuir a imunidade”, acrescenta. 

Embora pessoas de pele clara sejam mais suscetíveis, o câncer de pele pode atingir qualquer pessoa, independentemente do tom de pele. “A ideia de que pele negra não sofre danos solares é um mito perigoso. Todos devem se proteger”, reforça Bones. 

Diagnóstico precoce e tratamento garante cura da doença

O grande benefício do diagnóstico precoce do câncer é que ele permite uma cura sem sequelas, já que a principal característica da doença é expandir e destruir o local onde está se formando. 

“A gente consegue preservar aquela estrutura da face ou do corpo onde ele está. Quando a gente está falando do câncer de pré-melanoma, a importância ainda é maior no diagnóstico precoce, porque o melanoma, ele tem risco de dar metástase, de sair da onde ele está e espalhar para outros órgãos do nosso corpo, aumentando o risco de morte e dificultando muito o tratamento, algumas vezes até impossibilitando o tratamento. Se você realiza o diagnóstico precoce do melanoma, que é o melanoma fino que a gente fala, a chance de metástase é muito baixa, abaixo de 5%”, explica.

Danielle Fernandes, diagnosticada com câncer de pele, relatou como foi a descoberta. “Eu fui fazer um exame de rotina, já tinha um tempo que eu não fazia exame de pele. Quando vi eu tinha uma pintinha na testa, mas eu não sei por qual motivo aquilo me incomodou, porque ela tava muito pequena […] quase assim entrando no couro cabeludo”.

A fotógrafa explica que procurou o Dr. Bones, que fez a retirada total para análise. “Foi muito simples, porque o Doutor Bones já resolveu na primeira consulta, ele já sabia que era, e aí só retirou. Era muito pequeno e foi super tranquilo”, ela afirma que o diagnóstico da enfermidade veio após a realização dos exames.

O especialista relata que ao diagnosticar o câncer dele, é realizada a retirada da lesão, que pode variar de 0,4 mm a 1 centímetro, dependendo do tipo de câncer. Após fechada a lesão é encaminhado o resultado para o laboratório para fazer a análise do anátomo patológico e confirmar que foi toda eliminada. 

“Se não foi eliminada, normalmente tem que reabordar aquele câncer que foi operado. Se foi eliminado, você fica mais tranquilo e entra num acompanhamento até para ver se o risco de ter uma nova lesão ou mesmo o anatomopatológico, da biópsia, falando que eliminou. Ainda existia uma pequena chance de ter ficado alguma raiz residual que não foi observada”, finaliza. (Especial para O Hoje)

Práticas de prevenção

  • Usar protetor solar diariamente, com FPS 30 ou mais, mesmo em dias nublados;
  • Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h;
  • Utilizar barreiras físicas, como roupas com proteção UV, chapéus de aba larga e óculos de sol;
  • Realizar autoexames da pele regularmente e consultar o dermatologista anualmente.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia 

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