Setor e vagas da construção civil crescem 4,1% em 2024
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), prevê uma nova expansão de 2,3% para 2025.
Em 2024, o setor da construção civil apresentou um crescimento de 4,1%. O relatório Desempenho da Construção Civil em 2024 e Perspectivas para 2025, publicado nesta segunda-feira (16), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), prevê uma nova expansão de 2,3% para 2025.
Para quem está ingressando no setor, como é o caso de muitos trabalhadores recentemente contratados, o otimismo é visível. “Estou começando agora, e o que vejo é que as oportunidades estão aumentando, principalmente em grandes obras”, conta João Silva, pedreiro de 29 anos, que recentemente foi contratado para trabalhar em um novo empreendimento no centro de Goiânia.
Maria Fernandes, engenheira civil que iniciou sua trajetória profissional no começo de 2024, destaca o impacto positivo que o aumento da atividade tem gerado no mercado de trabalho. “Os projetos estão mais variados e com investimentos constantes, o que abre portas não apenas para quem já tem experiência, mas também para quem está entrando agora”, afirma Maria, que trabalha em um projeto de revitalização de uma área urbana.
Além disso, o aumento na contratação de novos trabalhadores têm proporcionado um alívio para os profissionais do setor, que enfrentaram momentos de instabilidade nos últimos anos. A construção civil, historicamente um dos motores da economia brasileira, parece ter se estabilizado e dado sinais de crescimento sólido. Ricardo Souza, ajudante de obra, também relatou sua experiência de estar no setor neste momento de expansão. “Vejo que as empresas estão contratando mais pessoas e pagando salários melhores. Antes, era muito difícil encontrar uma oportunidade”, explica.
Segundo a CBIC, o aumento se deve a elementos como a retomada das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida, obras relacionadas ao ano eleitoral, dinamismo do mercado laboral e um desempenho mais forte da economia do Brasil.
“O bom desempenho da construção civil durante o ano de 2024 pode ser notado também nas vendas de cimento, no período acumulado de dezembro de 2023 a novembro de 2024. No mercado interno, foram 64,5 milhões de toneladas, o que corresponde a uma alta de 4% em relação a igual período do ano anterior. E de janeiro a novembro, as vendas foram de 60 milhões de toneladas, uma alta de 4% considerando igual período do ano anterior”, explicou a economista da CBIC, Leda Vasconcelos.
Conforme Renato Correia, presidente da CBIC, um resultado positivo impacta toda a cadeia produtiva do setor. “Quando a construção cresce, o consumo de materiais obviamente cresce, assim como vários setores são impulsionados. É o caso do cimento e também do aço, das louças, das tintas, portas, esquadrias, vidros e uma série de materiais que fazem com que a economia gire”, relatou.
O relatório também apresenta resultados favoráveis no setor da construção civil. Entre janeiro e outubro de 2024, mais de 230 mil novos empregos formais foram gerados. Grande parte das contratações recentes envolveu jovens de 18 a 29 anos, conforme ressaltou Correia, observando que este é o perfil de aproximadamente 52% das novas admissões.
Dessa forma, o total de trabalhadores neste setor registrados com carteira assinada chegou a 2,98 milhões, se equiparando ao número observado em 2014.
“No trimestre passado, a gente estava em terceiro lugar em crescimento do salário de entrada. Isso mostra que o setor, além de empregar muito, está pagando bem em relação aos demais segmentos”, detalhou o presidente da CBIC.
Também foram registrados resultados positivos no setor imobiliário. De acordo com a CBIC, no período de janeiro a setembro, as vendas de apartamentos novos cresceram 20%, atingindo um total de 292.557 unidades vendidas. Por outro lado, os lançamentos aumentaram 17,3%.
Com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o financiamento imobiliário também progrediu, financiando 516.207 unidades nos primeiros dez meses de 2024. O resultado indica um aumento de 28,1%. Foram movimentados R$107,3 bilhões, representando um crescimento de 37,8% em relação ao mesmo período de 2023.