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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Investigação

Influenciadora e dona de clínica estética é presa por falha e procedimentos irregulares

Até o momento, 24 vítimas já procuraram a Polícia Civil para denunciar sequelas após os procedimentos realizados na clínica de estética

Postado em 19 de dezembro de 2024 por Thais Teixeira
Influenciadora dona de clínica estética é presa por falha e procedimentos irregulares
Divulgação PC

Na manhã desta Quarta-feira, 18 de dezembro,  a polícia civil do estado de Goiás, por meio da 4° delegacia distrital de Goiânia cumpriu hoje 4 mandados de prisão temporária e 7 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia e Anápolis na operação face oculta.

A operação investiga uma clínica acusada de realizar procedimentos e cirurgias estéticas de forma irregular, de acordo com a Polícia Civil, pelo menos 24 vítimas  procuraram a polícia para relatar sequelas gravíssimas referentes a cirurgias realizadas nesta clínicas. Segundo a investigação, essas cirurgias eram realizadas por profissionais sem capacidade técnica, além disso a polícia investiga o suposto uso de materiais inadequados. 

Dentre os crimes investigados pela PC estão organização criminosa, exercicio ilegal de medicina, lesão corporal gravíssima e propaganda enganosa. A clínica em questão tem sua sede principal situada na Avenida T-7, em Goiânia. Os proprietários e os profissionais responsáveis pela clínica Karine Gouveia foram o foco da ação. Esses indivíduos incluem Karine Giselle Gouveia Silva, de 34 anos, e seu esposo, Paulo Cesar Dias Gonçalves, de 44 anos.

Além dos responsáveis técnicos, Daniel Ferreira Lima, que é odontólogo, e Jessica Moreira dos Santos, biomédica. Os profissionais executaram várias ações além das responsabilidades regulamentares, resultando em danos corporais permanentes nos pacientes, os suspeitos foram presos temporariamente por 30 dias.

O policial Daniel Oliveira explicou que grande parte das vítimas que procuraram a PC não possuem recursos financeiros para reverter as deformidades causadas por procedimentos estéticos na clínica. “São vários os casos de pacientes que estão com depressão, e que não tem dinheiro sequer para pagar pelos medicamentos controlados que foram obrigadas a usar após os procedimentos. O mais grave, que já chegou a nosso conhecimento, porém, é o de uma mulher que, segundo familiares, tentou se matar em duas oportunidades, após ficar com sequelas irreversíveis depois de ser atendida na clínica”, pontuou o policial.

Adicionalmente às operações de busca e apreensão, foi efetuado o bloqueio de contas bancárias, propriedades e valores. O valor bloqueado ultrapassa R$ 2,5 milhões, o que inclui uma parcela das cotas de um helicóptero do ano 2024, avaliado em R$ 8 milhões de reais. A inscrição da clínica na Receita Federal e na Vigilância Sanitária sinaliza uma atividade econômica como uma subcategoria dos serviços de saúde. “Cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza”, destinada a massagem e estética.

A investigação aponta que Karine Gouveia, não possui formação acadêmica ou experiência profissional na área da saúde,  além disso, a acusada realizava procedimentos que provocavam sequelas ela também se encarregava de atender, de início, as vítimas que buscavam a clínica.

Ela executava anamneses e determinava a execução de procedimentos invasivos, que incluíam cirurgias que eram exclusivamente de responsabilidade médica, como rinoplastias, otoplastias, lipoaspirações e liftings faciais. As intervenções eram conduzidas pelos demais participantes, sem a realização de exames prévios, ausência de infraestrutura apropriada (como centro cirúrgico, anestesista, instrumentadores, etc.) e em ambientes insalubres.

Para atrair vítimas, ocultar a ilicitude das ações praticadas e evitar questionamentos sobre a execução de procedimentos médicos exclusivos, tais como rinoplastias, alectomias e otoplastias, o grupo criminoso anunciava procedimentos com nomes variados, tais como “reestruturação nasal hd” e “retração de orelha”.Diante a seriedade dos acontecimentos, foi feita uma representação ao Judiciário solicitando o encerramento das atividades da clínica e o bloqueio de fundos nas contas dos investigados. Estima-se que cada vítima deva receber no mínimo R$ 100 mil como compensação.

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