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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
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Operação Face Oculta

Entenda como Karine Gouveia driblava a fiscalização para executar procedimentos que só poderiam ser feitos por médicos

Pacientes, particularmente os de baixa renda, desenvolveram várias sequelas devido às intervenções realizadas.

Postado em 19 de dezembro de 2024 por Micael Silva
Entenda como Karine Gouveia driblava a fiscalização para executar procedimentos Foto: Divulgação
Entenda como Karine Gouveia driblava a fiscalização para executar procedimentos Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira (18), a Polícia Civil divulgou detalhes sobre o esquema utilizado pela empresária Kamile Gouveia para burlar fiscalizações e realizar procedimentos estéticos sem mão de obra especializada ou equipamentos adequados.

Segundo o delegado Daniel Oliveira, que lidera as investigações, a maioria das vítimas buscou a clínica para intervenções na região do nariz. Entre os problemas relatados estão cicatrizes, lesões e, em casos mais graves, necrose.

As autoridades revelaram que a clínica localizada em Goiânia tinha autorização da vigilância sanitária apenas para procedimentos minimamente invasivos relacionados à estética. No entanto, para escapar da regulamentação, Kamile anunciava intervenções como rinoplastias e alectomias – que devem ser realizadas exclusivamente por médicos – sob o nome de “reestruturação nasal HD”.

Leia mais: Polícia Civil deflagra operação para investigar irregularidades em clínicas de estética

Essa estratégia de disfarce impedia que órgãos como o Conselho Regional de Medicina (CRM) fossem alertados sobre a prática ilegal.

Prisões e riscos à saúde

Na manhã desta quarta-feira, Kamile Gouveia, seu marido Paulo César, e dois funcionários da clínica foram presos após 24 vítimas denunciarem irregularidades nos procedimentos.

Laudos médicos apontaram que substâncias de uso restrito, como o PMMA, foram aplicadas nas intervenções. O uso desse material, proibido para fins estéticos, está associado a complicações graves, como necrose, cegueira e embolias, podendo até levar à morte.

A investigação segue em andamento para identificar outras possíveis vítimas e ampliar as responsabilidades criminais dos envolvidos.

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