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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Cuidados

Câncer de intestino está afetando cada vez mais jovens

Nos últimos cinco anos, a taxa de incidência mais alta de câncer de intestino precoce foi registrada na Austrália

Postado em 20 de dezembro de 2024 por Leticia Marielle
Câncer de intestino está afetando cada vez mais jovens. | Foto: Reprodução/Istock

O número de casos de câncer de intestino entre pessoas mais jovens tem aumentado globalmente. De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Americana do Câncer, a incidência do câncer colorretal de início precoce, diagnosticado entre os 25 e 49 anos, subiu em 27 dos 50 países e territórios analisados. Os maiores aumentos anuais foram observados na Nova Zelândia (4%), Chile (4%) e Porto Rico (3,8%). Curiosamente, em 14 dos 27 países estudados, as taxas de incidência entre adultos mais velhos permaneceram estáveis ou até diminuíram. O estudo não incluiu dados do Brasil.

Como o estudo foi feito

O estudo teve como objetivo examinar as tendências de incidência do câncer colorretal em adultos jovens em comparação com os mais velhos, usando dados de 50 países ou territórios até 2017. As análises focaram nas taxas de incidência padronizadas por idade, variando de 1943 a 2017. A pesquisa revelou que o aumento foi mais pronunciado entre os homens do Chile, Porto Rico, Argentina, Equador, Tailândia, Suécia, Israel e Croácia, enquanto nas mulheres, o crescimento foi mais rápido na Inglaterra, Noruega, Austrália, Turquia, Costa Rica e Escócia.

Nos últimos cinco anos, a taxa de incidência mais alta de câncer de intestino precoce foi registrada na Austrália, Porto Rico, Nova Zelândia, EUA e República da Coreia, com taxas variando de 14 a 17 casos por 100.000 habitantes. Em contraste, os países com as taxas mais baixas foram Uganda e Índia, com 4 casos por 100.000.

Hyuna Sung, principal autora da pesquisa, ressalta a importância de desenvolver ferramentas inovadoras para prevenir e controlar cânceres associados a fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e excesso de peso. “Esforços contínuos são necessários para entender melhor os fatores por trás dessas tendências e criar estratégias de prevenção eficazes para as gerações mais jovens”, afirma.

Além disso, ela enfatiza a necessidade de aumentar a conscientização sobre os sintomas do câncer colorretal precoce, como sangramento retal, dor abdominal, alterações nos hábitos intestinais e perda de peso inexplicável. Detectar esses sinais precocemente pode ajudar a reduzir o tempo de diagnóstico e diminuir a mortalidade entre os jovens.

As causas do câncer de intestino e como prevenir

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, envolve tumores no cólon ou reto. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 45.630 novos casos sejam diagnosticados anualmente. Fatores de risco incluem idade avançada, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade, alimentação pobre em fibras, frutas e vegetais, além do consumo excessivo de carne vermelha e alimentos ultraprocessados. A história familiar de câncer de intestino, o tabagismo e o consumo de álcool também são fatores de risco importantes, assim como doenças inflamatórias intestinais como a retocolite ulcerativa crônica e a doença de Crohn.

Para prevenir o câncer de intestino, é fundamental manter um peso corporal saudável, praticar atividades físicas regularmente e adotar uma alimentação balanceada, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, além de não fumar e controlar o consumo de álcool, também são medidas preventivas eficazes.

Tratamento

O tratamento do câncer de intestino depende diretamente do estágio em que a doença é diagnosticada. Quando o câncer é confirmado, ele é classificado em quatro estádios, e cada fase exige uma abordagem terapêutica específica.

No estádio 1, o tumor está restrito à mucosa, a camada mais interna do intestino. Nessa fase inicial, as chances de cura são altíssimas, com a cirurgia sendo o tratamento principal. Com a remoção do tumor, a taxa de cura chega a quase 100%.

No estádio 2, o câncer pode ter se espalhado para as membranas que revestem o cólon ou reto, ou até invadindo órgãos vizinhos. O tratamento para esse estágio combina cirurgia e quimioterapia, proporcionando uma chance de cura de aproximadamente 90%.

No estádio 3, o câncer já afeta os linfonodos, estruturas mais profundas que ajudam na defesa do organismo. A abordagem terapêutica para esse estágio também inclui cirurgia e quimioterapia, resultando em uma taxa de cura de cerca de 85%.

Por fim, no estádio 4, a doença atinge uma fase avançada, com metástases para órgãos distantes, como pulmões, fígado ou ossos. O tratamento envolve cirurgias das metástases e quimioterapia, mas as chances de cura nessa fase caem significativamente, ficando entre 20% e 30%.

 

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