Bons volumes de chuva favorecem cultivos de primeira safra
A primeira metade de dezembro foi caracterizada por abundantes chuvas de Norte a Sul do país, favorecendo a plantação e o crescimento dos cultivos
A primeira quinzena de dezembro foi marcada por bons volumes de chuva de Norte a Sul do país, o que favoreceu a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Em uma análise detalhada sobre o cenário agrícola de Goiás, Patricia Honorato de Carvalho, Superintendente de Produção Rural da Seapa Goiás,destacou a importância da adaptação das cultivares às condições climáticas locais. “Um dos principais focos é a utilização de cultivares adaptadas, tanto de soja quanto de milho, que sejam tolerantes às chuvas irregulares. Estamos acompanhando o melhoramento genético dessas produções”, afirmou
Patricia enfatizou a relevância da assistência técnica para os produtores organizarem suas produções de maneira eficaz. Ela também mencionou as condições de mercado, que melhoraram com a previsão de uma redução de 3% na produção de soja nos Estados Unidos, o maior produtor mundial. “Essa redução, embora pequena, impacta significativamente o mercado, aumentando as cotações e aquecendo o potencial de exportação para os produtores brasileiros”, disse.
Sobre a infraestrutura do estado, a superintendente destacou o papel estratégico de Goiás, que está em uma localização privilegiada com acesso a portos e condições adequadas de escoamento. “Hoje, estamos investindo em armazenamento para que os produtores possam segurar melhor seus grãos, garantindo condições de comercialização mais vantajosas”, explicou
Patrícia também fez uma previsão otimista para a safra 2025, ressaltando que as chuvas regulares observadas até agora são extremamente favoráveis, especialmente em comparação com o ano anterior, que teve precipitações irregulares e altas temperaturas. “Estamos vendo uma melhora nos indicadores de produção e produtividade, o que traz um panorama muito interessante para Goiás”, comentou
Ao olhar para o futuro, ela visualiza um cenário promissor. “Goiás é o quarto maior produtor de diversos grãos e estamos vendo um aumento significativo na produção, com um crescimento de mais de 12% na soja em relação às safras anteriores. Isso, somado a investimentos em tecnologia e irrigação, nos coloca em uma posição competitiva no cenário nacional”, conclui
A superintendente finalizou sua fala ressaltando a importância da concentração das produções durante o início das chuvas, o que resultou em um aumento do índice de vegetação nas áreas agrícolas do estado. “Estamos observando um panorama muito favorável para as próximas safras”, finalizou.
Embora a semeadura esteja atrasada, o índice da safra atual está progredindo de forma semelhante ou superior aos ciclos anteriores. Nas safras atuais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, o índice de vegetação superou o valor mais elevado das safras anteriores, devido à condição das plantações e ao menor espaçamento do plantio.
André Amorim, gerente do Centro de Informações Hidrológicas, Meteorológicas e Geológicas de Goiás (Cimehgo), compartilhou suas expectativas e análises sobre a atual safra em Goiás. Apesar de um início de plantio marcado por atrasos e incertezas, as condições climáticas recentes têm sido favoráveis, criando um cenário otimista para os agricultores da região
Amorim destacou que, nas últimas semanas, houve um progresso considerável na área cultivada em Goiás, e a expectativa é de uma safra bastante positiva. “Tivemos um atraso no plantio, mas os produtores foram prudentes e seguiram as recomendações sobre as chuvas. Isso resultou em um planejamento eficaz e uma resposta satisfatória no plantio”, afirmou
Ele também abordou a questão das chuvas na primeira quinzena do mês, afirmando que, embora tenham sido irregulares, contribuíram de maneira positiva para o manejo agrícola. “As chuvas não caíram de forma igual para todos, mas ajudaram bastante no plantio”, disse
No entanto, André alertou para o potencial impacto das chuvas contínuas na colheita, especialmente para grãos como soja e milho safrinha. “Um excesso de chuva pode trazer desafios na hora da colheita, pois os produtores precisam de um tempo estável para operar as máquinas de forma eficiente”, explicou. Ele mencionou que, apesar de boas previsões, é importante que os agricultores estejam atentos às condições climáticas
O gerente do Cimehgo finalizou ressaltando que, apesar das incertezas, as expectativas para os próximos meses são positivas. “Estamos observando bons volumes de chuva e, se houver intervalos adequados, isso pode ser excelente para o desenvolvimento das safras”, concluiu, encorajando os agricultores a se manterem informados e preparados para os desafios que podem surgir.
A plantação de arroz na região Sul está quase finalizada, com a maior parte sendo feita dentro do tempo ideal. O desenvolvimento do milho da primeira safra está sendo satisfatório em quase todo o país, com a maior parte das regiões na região Sul já em fase de reprodução. A plantação da soja recuperou o atraso inicial e a distribuição mais favorável das precipitações em dezembro favoreceu o crescimento das plantações. A colheita está quase pronta para começar