Confira os riscos e cuidados necessários ao soltar fogos de artifício
Os acidentes envolvendo fogos de artifício são, na maioria das vezes, resultado de falhas no manuseio ou defeitos de fabricação
Com a chegada do fim de ano, uma tradição que marca as festas de Réveillon são os fogos de artifício. As explosões coloridas no céu encantam milhões, mas também trazem à tona uma série de riscos que nem todos consideram. Além dos incômodos causados pelo barulho aos animais, bebês e pessoas com autismo, o uso inadequado desses artefatos pode resultar em graves acidentes.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 1.548 internações devido a ferimentos causados por fogos de artifício. Só em 2023, entre janeiro e setembro, foram 266 internações. Com o aumento da incidência de feridos, é essencial reforçar os cuidados e prevenir acidentes.
Os acidentes envolvendo fogos de artifício são, na maioria das vezes, resultado de falhas no manuseio ou defeitos de fabricação. Quando os artefatos estouram antes da hora, podem causar ferimentos graves, com queimaduras, lacerações e até amputações de membros. As mãos, devido à sua complexidade anatômica, são as mais afetadas. Nervos, vasos, tendões, ossos e ligamentos podem ser severamente danificados pela explosão e pelo calor, o que pode resultar em danos irreparáveis.
O rosto e os braços também são áreas suscetíveis durante os acidentes. Em caso de queimaduras, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva (SBCM) recomenda que a área afetada seja lavada imediatamente com água corrente ou soro fisiológico. Em seguida, deve-se enfaixar com um tecido limpo e procurar atendimento médico de urgência. O uso de remédios caseiros é altamente desaconselhado, pois pode agravar a situação.
A prevenção começa com o uso adequado dos fogos. Nunca se deve manusear os artefatos diretamente com as mãos, e é imprescindível utilizá-los em áreas abertas, com o auxílio de suportes apropriados. Além disso, as crianças devem ser mantidas longe do local de soltura, sendo supervisionadas o tempo todo.
Outro ponto crucial é evitar o uso de fogos de artifício caseiros. Estes devem ser adquiridos apenas em estabelecimentos especializados, que possuam licença para comercializá-los. Antes da compra, verifique se o produto tem o selo de aprovação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Sempre leia atentamente as instruções do fabricante e evite a presença de materiais inflamáveis nas proximidades.
A recomendação é que apenas adultos manuseiem fogos de artifício e que sigam rigorosamente as instruções contidas na embalagem. Improvisos podem ser fatais. É essencial também verificar as normas locais sobre o uso desses produtos. Muitas cidades possuem restrições quanto à venda e à utilização, e o desrespeito a essas leis pode resultar em punições severas.
Além disso, nunca se deve montar baterias de fogos ou soltar artefatos próximos a redes elétricas, transformadores ou qualquer outro equipamento que possa ser afetado pela proximidade de explosões. O risco de incêndios ou curtos-circuitos é elevado, e um pequeno erro pode resultar em grandes tragédias.