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domingo, 29 de dezembro de 2024
Carne

Produção e consumo de Frango cresce 8,1% em 2024

Pesquisa revela que a carne segue firme no mercado, operando nos maiores patamares reais desde novembro de 2022

Postado em 29 de dezembro de 2024 por Letícia Leite
Esse cenário está atrelado à elevada competitividade da proteína avícola frente às principais concorrentes, que vêm registrando altas intensas nas últimas semanas. Foto: Freepik

Uma análise da inteligência de mercado agropecuário, realizada pela de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), mostra que os preços da carne de frango seguem firmes no mercado doméstico, operando nos maiores patamares reais desde novembro de 2022.

Segundo o índice Cepea/Esalq, a carne de frango resfriado foi negociada a R$ 7,94 no atacado do Estado de Goiás, uma alta de 8,10% no acumulado de novembro.

O presidente da Associação Goiana de Avicultura, Marcos Barcellos, explica que o sucesso econômico de cada corte se dá através da demanda no mercado. “Eu consigo ganhar dinheiro na ponta da asa, no pé. Para ter uma ideia, o pé de frango é 100% exportado para a China […] O pescoço, por exemplo, vai para a África do Sul. O miolo da asa, vai para Singapura”.

Ele explica que o frango de corte envolve cinco áreas, sendo elas o manejo, a genética, a biosseguridade, nutrição e ambiência. “Como o nosso pacote produtivo é muito tecnificado, ou seja, nós empregamos muita tecnologia, o nosso produto tem excelente qualidade e um baixo preço”.

Esse cenário está atrelado à elevada competitividade da proteína avícola frente às principais concorrentes (carnes bovina e suína), que vêm registrando altas intensas nas últimas semanas, fazendo dela uma alternativa mais acessível para os consumidores.

Ainda de acordo com Barcellos, o Brasil é hoje o segundo maior produtor de frangos e possui um crescimento progressivo ao longo dos últimos anos, de 2013 a 2023 obteve um aumento em torno de 20%, uma média de 2% ao ano.  

“Somos o maior exportador e o segundo maior produtor. Goiás hoje é a quarta maior avicultura do país, hoje a gente produz quase 10% do total que o país produz. O crescimento da avicultura goiana também é expressivo, a gente vem crescendo ano a ano. Em 2022 nós passamos Minas Gerais, em 2023 nós passamos São Paulo. Devemos continuar na quarta posição no ranking nacional, o que é muito, imaginando que os grandes produtores, são os três estados do sul do país”, explica.

O especialista explica que a avicultura brasileira deve chegar a atingir agora no final do ano, um aumento de 1.1% no consumo, em torno de 3.1% na exportação. “Nós seguimos fortes porque temos uma avicultura bem estabelecida, nosso produtor de ovos já sabe o que faz, é um craque para fazer avicultura e a gente deve continuar crescendo nos próximos anos”, continua.

Em outubro, as exportações brasileiras de carne de frango mantiveram-se estáveis em relação ao mês anterior. Este cenário é auspicioso se comparado a outubro do ano passado, já que houve um crescimento de 15,5% no volume e 24,9% no valor das exportações. No que diz respeito às exportações de ovos, o volume enviado alcançou um recorde para o ano, totalizando 4,1 mil toneladas, o que representa um aumento de 32,8% em comparação a outubro do ano passado.

Esse quadro pode ser explicado pelo considerável aumento nas compras de ovos realizadas pelo Peru, Venezuela, Chile e México durante esse período. Além disso, os Estados Unidos se destacam ao observar um aumento nas transações desde o início de 2024, sendo outubro o terceiro mês de maior sucesso do ano, com 240 toneladas de ovos exportadas pelo Brasil. 

A expectativa é que a relação com o país norte-americano se aprofunde ainda mais, especialmente após a parceria estabelecida com o governo brasileiro em novembro, visando promover o livre comércio de produtos avícolas.

Para Goiás, outubro se destacou como o segundo melhor mês do ano em termos de exportação de ovos, ficando atrás apenas de maio. Em 2023, o estado exportava ovos exclusivamente para a África do Sul. Contudo, a partir de fevereiro deste ano, houve uma ampliação nas rotas de exportação dos ovos goianos, incluindo também destinos como Venezuela, México, Arábia Saudita, Senegal e Costa do Marfim.

O crescimento nas exportações neste ano reflete o panorama antecipado pelo USDA para o Brasil em 2025. A estimativa é que a produção nacional do frango alcance um marco histórico no próximo ano, totalizando 15,1 milhões de toneladas, o que corresponde a cerca de 7,05 bilhões de aves abatidas. 

“Para 2025 nós temos uma perspectiva de crescimento, a gente projeta um crescimento em termos de produção e de exportações, na casa de um pouco mais que 2% e exatamente pela competitividade da avicultura brasileira, pelo nosso custo de produção que é baixo, pela nossa eficiência que é alta. A gente consegue produzir um cenário com qualidade e com preço bem competitivo, devemos seguir crescendo em 2025”, finaliza.

O incremento na produção tem como objetivo atender à demanda externa em ascensão, com uma previsão de aumento de 3% no volume exportado pelo Brasil no ano seguinte, conforme informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A projeção é que o Brasil continue sendo o principal exportador global de carne de frango em 2025, o que destaca a confiança internacional na gestão sanitária do setor produtivo brasileiro.

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