Polícia Civil desarticula esquema de tráfico de metanfetamina
A operação identificou traficantes mexicanos, portugueses nigerianos e chineses.
A Polícia Civil de São Paulo desmantelou uma rede internacional de tráfico de metanfetaminas com ramificações envolvendo traficantes chineses, nigerianos, mexicanos e portugueses. A Operação Heisenberg, que foi realizada no dia 17 de dezembro, cumpriu 101 mandados de busca e resultou na prisão de 60 investigados. A investigação começou com a denúncia de um cidadão chinês, que revelou o esquema após ser aliciado sob a falsa promessa de emprego.
A primeira descoberta ocorreu em julho de 2024, quando policiais flagraram chineses em posse de 2 kg de metanfetamina em um apartamento no centro da capital paulista. Um dos presos, Pikang Dong, conhecido como “Rodízio”, teve seu celular periciado, revelando uma rede de contatos e mensagens que tinha conexões de traficantes de várias nacionalidades.
A investigação apontou que a droga é amplamente consumida em hotéis e motéis de São Paulo, onde é usada em práticas de “chemsex” ,relações sexuais prolongadas potencializadas pelo uso de substâncias químicas. Chineses, nigerianos e mexicanos lideravam a cadeia de fornecimento.
Os chineses se destacavam tanto na distribuição quanto na produção local, enquanto os mexicanos forneciam metanfetamina de alta qualidade e os nigerianos ofereciam uma versão mais barata e inferior. Dong, condenado a nove anos de prisão, fazia parte do elo que conectava essas células criminosas.
Entre os contatos de Dong estava Li Xiaozhe, conhecido como “Bruce”, apontado como o maior fornecedor chinês de metanfetamina em São Paulo. Documentos, comprovantes de depósitos e até um manual para fabricar a droga foram encontrados em suas mensagens.
A célula nigeriana era comandada por Francis Philip, identificado como o principal traficante da comunidade. Conversas entre Dong e subordinados de Francis revelaram negociações regulares, enquanto transações financeiras via Pix ligavam as células chinesa e nigeriana.
Outro destaque foi Guilhermo Fabian Ortiz, traficante mexicano e engenheiro químico apelidado de “fantasma”. Ele era um dos maiores fornecedores de metanfetamina na capital paulista. Ortiz, conhecido pela qualidade de sua droga, também negociava armas e mantinha contato direto com Dong.
A operação foi nomeada em referência à série “Breaking Bad”, que retrata a produção de metanfetamina, e contou com a atuação de 280 policiais civis. A investigação continua para identificar outros envolvidos.
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