O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 4 de janeiro de 2025
Economia

Gastos com material escolar impactam orçamento de 85% das famílias

As compras impactam 85% das famílias com filhos em idade escolar, e um terço dos consumidores planejaram parcelar os custos para o ano letivo de 2025

Postado em 4 de janeiro de 2025 por Micael Silva
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no setor de educação acumulou 6,84% nos últimos 12 meses Foto: Arquivo Pessoal
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no setor de educação acumulou 6,84% nos últimos 12 meses Foto: Arquivo Pessoal

Em 2024, as famílias do Brasil desembolsaram R$49,3 bilhões com materiais escolares, um crescimento de 43,7% em relação aos últimos quatro anos. O levantamento mostra que essas compras impactam o orçamento de 85% das famílias brasileiras com filhos em idade escolar e que um a cada três compradores pretende parcelar para poder dar conta das despesas para o ano letivo de 2025.

Segundo o economista Luiz Carlos Ongaratto, o aumento nos preços desses itens é resultado de uma combinação de fatores econômicos e logísticos. De acordo com Ongaratto, a inflação acumulada no último ano, próxima a 4%, impacta diretamente os custos de produção, transporte e distribuição, além de influenciar o reajuste de aluguéis e salários no setor. “Esse efeito em cadeia transforma produtos que tinham preços mais baixos no ano passado em itens significativamente mais caros agora”, explica.

Outro fator destacado pelo economista é o câmbio. “Grande parte dos materiais escolares e livros é importada, principalmente da China. Com o dólar valorizado, os preços desses produtos também sobem”, ressalta.

Ongaratto alerta que a compra de materiais escolares se junta a outras despesas típicas do início do ano, como IPTU e matrículas escolares. Além disso, muitas famílias começam o ano com o orçamento apertado devido às despesas de fim de ano e férias. “Se não houver um planejamento financeiro, essas contas podem se tornar um problema”, afirma.

Ele recomenda que as famílias analisem cuidadosamente as listas de material escolar e considerem alternativas para economizar. “Uma dica importante é avaliar o reuso de itens do ano anterior. Verifique com a escola se os materiais foram devidamente utilizados e considere reaproveitar livros entre irmãos ou buscar edições anteriores com o mesmo conteúdo, que costumam ser mais baratas”, sugere.

O economista também chama a atenção para o impacto do modismo no consumo. “Materiais com personagens ou marcas da moda geralmente custam mais. É importante resistir a essas armadilhas para manter a saúde financeira da família”, aconselha.

Outra estratégia apontada por Ongaratto é a calendarização do uso de materiais, adquirindo itens que serão utilizados apenas nos meses seguintes, o que pode aliviar o orçamento de janeiro.

Por fim, ele reforça que planejamento e pesquisa são essenciais para atravessar este período sem surpresas desagradáveis. “Manter o controle do orçamento e buscar alternativas mais econômicas são fundamentais para começar o ano com as finanças em dia”, conclui.

A pesquisa revela que a maioria dos pais e responsáveis de alunos, seja da rede pública ou privada, afirmou que planeja adquirir materiais didáticos para o próximo ano letivo: 90% dos que têm filhos em escolas públicas e 96% dos que têm filhos em instituições privadas.

Vanessa da Silva, mãe de dois estudantes, explica como consegue reduzir os gastos e manter o orçamento sob controle. “Gastamos em média R$600,00 comprando apenas o necessário e optando por materiais sem marcas famosas ou da moda. Além disso, reaproveitamos alguns itens do ano anterior, como a mochila e outros materiais que ainda estão em boas condições”, relata.

Vanessa também destaca que outra forma de economia é com os livros didáticos, muitas vezes reaproveitados ou comprados usados. Para ela, o segredo está planejado nas compras, evite itens supérfluos e priorize qualidade e durabilidade. A maior parte das famílias terá que adquirir materiais escolares recomendados pelas instituições de ensino (87%), seguido por uniformes (72%) e livros didáticos (71%).

Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os custos com materiais escolares tendem a crescer principalmente devido a fatores como a inflação anual e o aumento dos custos de produção, além dos custos de transporte marítimo, no caso dos produtos importados, e a valorização do dólar. A entidade prevê um crescimento de 5% a 9% para 2025.

A Papelaria Tributária está otimista para 2025 e projeta um aumento significativo nas vendas de materiais escolares em relação ao ano anterior. Janaína Marques, gestora de marketing da empresa, incluiu os planos e estratégias da papelaria para o período de volta às aulas.

Segundo Janaína, a expectativa para este ano é alcançar um crescimento no faturamento de 20% a 30%. “Esse ano temos a vantagem de que os pais estão antecipando as compras, não deixando mais para janeiro como nos anos anteriores”, destacou.

Sobre os itens que sofreram os maiores aumentos de preços, Janaína explicou que a resma de papel foi o produto mais impactado, com um reajuste de 6%. “Esse aumento se deve à escassez de matéria-prima e ao custo na produção, o que acaba sendo repassado pela indústria ao consumidor final”, explicou.

Para melhor atender as famílias, a Papelaria Tributária investiu em uma novidade: um voucher que garante 10% de desconto, inclusive em produtos já em promoção. “Nosso estoque foi abastecido em outubro, e já estamos prontos para receber nossos clientes”, afirmou Janaína

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também