Transporte coletivo de Goiânia tem previsão de subir para R$ 10,50 em maio
Apesar do aumento de 12% na tarifa técnica, o valor pago pelo usuário em Goiânia segue em R$ 4,30
Embora a Agência Goiana de Regulação (AGR) tenha aprovado um reajuste de 12% no final de 2024, a tarifa dos usuários de transporte público em Goiânia continuará a ser de R$ 4,30. Esse incremento aumentará a tarifa técnica, que passará de R$ 9,38 para R$ 10,50 a partir de maio de 2025, exigindo maiores repasses dos governos estadual e municipal para manutenção da tarifa atual, que vem sendo praticada desde 2019.
A AGR aprovou aumento para R$ 9,89 de 1° de janeiro até 30 de abril e R$10,50 de 1° de maio deste ano até março de 2026.
Atualmente, 82% dos custos do transporte coletivo são cobertos por subsídios do governo. De acordo com informações do Portal da Transparência do Estado, entre janeiro e outubro de 2024, tanto a Prefeitura de Goiânia quanto o Governo de Goiás destinaram R$ 194 milhões cada um para apoiar os custos do sistema, representando um aumento de 60% em relação ao mesmo período de 2023.
As administrações de cidades vizinhas que fazem parte da rede, como Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira, também contribuem com cerca de 17,6% do total dos subsídios. Além disso, foi reafirmado que o valor pago pelos cidadãos permanecerá inalterado, e foi anunciado que melhorias na eficiência do sistema poderão resultar na diminuição da tarifa técnica em 2026.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã da quinta-feira, 2 de janeiro, o prefeito Sandro Mabel (UB) garantiu que o valor da passagem não será elevado e anunciou que uma redução na taxa técnica das tarifas está prevista para o meio de 2026. Na cerimônia de posse dos novos secretários na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Mabel ressaltou que melhorias na eficiência do transporte levarão a uma diminuição no preço da tarifa, e o aumento na utilização do serviço pela população também contribuirá para essa redução.
“Ela foi para R$ 10,50, é um número alto, o subsídio é alto, só que acontece, que o que eu entendo é que nós vamos fazer o trânsito andar mais rápido, fazer as coisas andarem mais rápido, e dentro dessa velocidade nós teremos uma eficiência maior, uma baixa de custo maior, e isso vai fazer com que a tarifa também vá regredindo aos poucos, eu tenho essa expectativa”, explica.
Ele ainda adianta que o valor da tarifa vai continuar congelada, até o tempo que o governador Ronaldo Caiado quiser, “Nós vamos estar andando juntos, nós vamos fazer a melhor eficiência e tentar tirar esse subsídio através desse trabalho na eficiência”, finaliza.
Entretanto, os moradores da capital celebram que, pelo menos por enquanto, o aumento não afeta seu orçamento. Desde 2019, a tarifa permanece congelada, proporcionando um alívio financeiro para a população, especialmente em um período marcado por inflação elevada e aumento de preços de serviços essenciais.
Reajustes expressivos das tarifas no país
Enquanto o usuário de transporte público em Goiânia continua pagando R$ 4,30 pela tarifa, o cenário contrasta com cidades como Florianópolis, a tarifa praticada na capital catarinense era R$ 6, agora o custo do bilhete pago com QRCode ou dinheiro chega a R$ 6,90, o que a torna a passagem mais cara do Brasil. Existem valores diferenciados para pagamento com cartões (R$ 5,75), vale-transporte (R$ 6,75) e cartão de turista (R$ 6,75).
Já em São Paulo, a tarifa dos ônibus sofreu um reajuste para R$ 5, um aumento de 13,6%. Nos domingos e feriados, a passagem continua gratuita. A partir do seis de janeiro, os preços para acessar metrôs e trens também sobem, variando entre R$ 5,20 e R$ 5,70.
Outras cidades, como Salvador e Rio de Janeiro, implementaram aumentos com base na inflação acumulada. Em Salvador, o valor da tarifa subiu de R$ 5,20 para R$ 5,60 na capital baiana, enquanto no Rio, o preço da passagem de ônibus foi para R$ 4,70.
As capitais nordestinas também alteraram suas tarifas: em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o bilhete atual de R$ 4,90, foi aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade em 26 de dezembro e começou a valer no dia 29 de dezembro, e em Recife, a tarifa do Anel A passa a ser R$ 4,30, a partir do dia 5 de janeiro, resultando em um reajuste de 4,29%.
Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos
O projeto Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (Nova RMTC), que contempla a Nova Anhanguera, oriundos do subsídio ao transporte coletivo disponibilizado pelo Governo de Goiás, em colaboração com as prefeituras de Goiânia e de cidades da Região Metropolitana e o consórcio de concessionárias Redemob.
A iniciativa consiste na realização de diversas obras de infraestrutura voltadas ao transporte público coletivo, como a execução de obras para revitalização dos seis terminais e 19 estações do Eixo Anhanguera, além da construção e reforma de plataformas de parada, instalação de câmeras de monitoramento e renovação da frota com aquisição de ônibus elétricos e a diesel até o final de 2025.
Obras em ação
Segundo Miguel Angelo Pricinote, subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte da Secretaria Geral de Governo do estado de Goiás, o andamento das obras do projeto está dentro do prazo. “Já foram entregues 9 das 19 estações do Eixo Anhanguera. Já estão em operação 14 ônibus elétricos, 50 ônibus super padron, e mais 214 ônibus convencionais todos zero km. Mais de quatro mil pontos de ônibus já passaram por processo de reforma, manutenção e troca de abrigos. Foi entregue depois de mais de dez anos a primeira etapa do BRT Norte Sul”, destaca.
Uma vez que as obras do Terminal Novo Mundo se encontram em fase avançada, possui a expectativa de ser entregue em janeiro deste ano. Essa reforma inclui melhorias nos espaços de embarque e desembarque, além da construção de um Centro Comercial Popular, destinado a acomodar os antigos permissionários.
Por outro lado, a reforma do Terminal da Praça da Bíblia tem previsão de conclusão até o início de junho de 2025. Para janeiro, está prevista a próxima obra, que será no Terminal do Dergo. Em seguida, a reforma do Terminal Padre Pelágio deverá começar no primeiro trimestre de 2025.
“Os próximos produtos a serem entregues são: em janeiro o terminal Novo Mundo; até julho às demais 10 estações do Eixo Anhanguera, até setembro o Terminal da Bíblia, até o final de 2025 mais 400 novos ônibus convencionais. Teremos até julho mais 4 veículos elétricos e pelo menos 1 veículo movido a Biometano. Até dezembro de 2025 outros 39 ônibus elétricos estarão em operação”, continua.
Ele explica que até março deve iniciar as obras do Terminal do Sérgio e em seguida serão o Padre Pelágio, Praça A e Senador Canedo. A Região Metropolitana de Goiânia será destaque na descarbonização com a frota elétrica e ônibus a Biometano. “Teremos também os mais modernos BRTs do país (Eixo Anhanguera e o Norte Sul) e com o apoio das prefeituras de Goiânia e de Aparecida teremos a ampliação dos corredores preferenciais o que dará mais velocidade e fluidez para o transporte”, conclui.