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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
Não está fácil

Crise financeira marca novas gestões da região metropolitana de Goiânia

Com o início das novas gestões, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Senador Canedo enfrentam diversos desafios financeiros, refletindo a realidade de muitos municípios que têm lutado para manter suas contas em dia

Postado em 6 de janeiro de 2025 por Bruno Goulart
Crise financeira marca novas gestões da região metropolitana de Goiânia
Foto: Reprodução

A situação financeira das maiores cidades da região metropolitana de Goiânia reflete uma combinação de desafios administrativos, dívidas herdadas e dependência de recursos externos.

Goiânia

Em Goiânia, o prefeito Sandro Mabel (União Brasil), como havia prometido, decretou calamidade pública na saúde e nas finanças. Em entrevista, Mabel afirmou que a capital do estado acumula dívidas que se aproximam de R$ 3 bilhões. Questionado sobre quanto a prefeitura tem em caixa, o chefe do executivo foi enfático: “Praticamente nada. Raparam tudo que tinha, até o último centavo. Deixaram apenas dívidas”, declarou.

De acordo com o secretário de Finanças, Valdivino de Oliveira, apenas a saúde apresenta um déficit acumulado de R$ 500 milhões, sem mencionar a situação alarmante da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Para enfrentar esse cenário, Valdivino explicou que serão necessários sacrifícios de todos, incluindo servidores, fornecedores e prestadores de serviços. Entre as ações planejadas estão cortes em contratos e a nomeação de apenas 50% dos cargos comissionados. De acordo com ele, medidas enérgicas como essas permitirão a Goiânia retomar a saúde financeira.

Aparecida

Enquanto isso, em Aparecida de Goiânia, o novo prefeito Leandro Vilela (MDB) encontrou um cenário semelhante: uma dívida de R$ 300 milhões e apenas R$ 9 milhões em caixa. O impacto imediato foi o atraso nos salários de dezembro dos servidores, situação que Vilela classificou como “irresponsável”.

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Em reunião, ele prometeu austeridade e ajustes para equilibrar as contas. “Vamos fazer um governo com austeridade. Nós vamos superar as dificuldades juntos”, declarou. O que deve trazer alívio a Vilela é o empréstimo de R$ 120 milhões recentemente aprovado, que ajudará a manter sua governabilidade nesse início de gestão.

Anápolis

Por outro lado, em Anápolis, o prefeito empossado Márcio Corrêa (PL) enfrenta uma situação de alta dependência de transferências externas: 49,2% das receitas municipais provêm de repasses, sendo 21,8% da União e 24,4% do Estado. Essa vulnerabilidade pode ser ainda mais agravada pelos bloqueios nas emendas parlamentares impostos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.

Embora o ex-prefeito Roberto Naves tenha defendido a boa condição financeira do município, Corrêa deve enfrentar desafios consideráveis, principalmente na saúde.

Senador Canedo

Em Senador Canedo, Fernando Pellozo (UB), o único reeleito para um segundo mandato entre as quatro cidades, ressaltou a evolução do município nos últimos quatro anos. Em entrevista ao Jornal O Hoje, Pellozo afirmou que o cenário atual é “mais organizado”, o que abrirá caminho para avanços em infraestrutura e serviços públicos.

Contudo, assim como Anápolis, Senador Canedo enfrenta uma elevada dependência de recursos externos – 45,6% de sua receita provém de transferências federais e estaduais. Essa dependência financeira pode complicar a gestão, especialmente considerando que esses recursos não estarão mais imediatamente disponíveis, o que deve gerar desafios neste início de mandato. A situação se torna ainda mais delicada diante das grandes obras previstas para entrega, como o Hospital Municipal de Senador Canedo.

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