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terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Nacional

União Brasil, PP e Republicanos não devem se fundir, mas alinham federação para 2026

Fusão enfrenta obstáculos nos Estados, mas formação de uma federação partidária para 2026 é considerada viável

Postado em 7 de janeiro de 2025 por Bruno Goulart
União Brasil, PP e Republicanos não devem se fundir, mas alinham federação para 2026
Foto: O Hoje

As conversas sobre uma possível fusão entre União Brasil, Partido Progressista (PP) e Republicanos não devem acontecer. Em entrevista ao O Hoje, o deputado federal José Nelto (UB) disse que acha difícil os três partidos se unirem para formar um. A opinião, segundo ele, também é compartilhada por outros correligionários do do União Brasil. 

“É praticamente impossível, pois, por exemplo, o União Brasil possui interesses específicos em cada estado e estabelece alianças que podem divergir das diretrizes nacionais. Isso inevitavelmente gera conflitos”, afirmou, destacando que a fusão entre PP e Republicanos é muito mais provável e já está em fase avançada de negociações.

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Quanto às fusões, o deputado apontou que PSDB e PSD devem se unir para formar um único partido. Embora tenham sido protagonistas na política brasileira, ambos perderam força nos últimos anos. Segundo ele, a fusão entre as legendas deve ocorrer entre março e abril.

Federação partidária

Agora, a formação de uma federação partidária entre União Brasil, PP e Republicanos deve acontecer a partir de 2026. Essa é uma alternativa mais viável e deve ganhar força já nos próximos meses. Lideranças de cada partido indicaram que essa solução, além de respeitar a autonomia das legendas, pode consolidar a maior bancada da Câmara dos Deputados e redefinir alianças no tabuleiro político nacional.

Desde 2023, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem sido um dos principais articuladores dessa federação. Ele destacou que a aliança poderá reunir até 200 deputados após a janela partidária de 2026, considerando que as siglas já somam atualmente 153 parlamentares.

Resistências à fusão

Apesar das vantagens em termos de representatividade, a fusão total entre os partidos esbarra em dois grandes desafios. O primeiro é a resistência das lideranças estaduais, que mantêm alianças locais muitas vezes divergentes das articulações feitas em Brasília. O segundo está relacionado às diferentes culturas e históricos das legendas. 

Diante dessas barreiras, a federação partidária surge como um modelo mais flexível e de rápida implementação. Se consolidada, a federação União Brasil-PP-Republicanos teria impacto em todos os níveis: municipal, estadual e federal. As lideranças partidárias acreditam que o modelo poderá atrair mais parlamentares durante a janela partidária de 2026, o que reforçaria a influência do bloco tanto no Legislativo quanto nas negociações com o Palácio do Planalto.

Entenda as diferenças

A fusão partidária ocorre quando dois ou mais partidos se unem, formando uma nova legenda, como no caso do União Brasil, originado da junção do PSL e DEM em 2022. Esse processo requer aprovação do TSE e obedece a regras rigorosas, incluindo a elaboração de um estatuto comum e o cancelamento dos registros das siglas extintas. Além disso, a distribuição de recursos do Fundo Partidário e o acesso à propaganda eleitoral gratuita dependem da soma dos votos das legendas envolvidas na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

Por outro lado, as federações partidárias têm duração mínima de quatro anos e permitem alianças programáticas mais permanentes entre partidos, sem a necessidade de fusão total. As federações são tratadas como um único partido durante o período eleitoral e nos trabalhos legislativos, ajudando legendas menores a superar a cláusula de barreira. Entretanto, sua regulamentação exige estatuto próprio, e o abandono da federação antes do prazo mínimo resulta em sanções, como a perda de acesso ao Fundo Partidário. Atualmente, três federações estão ativas: Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), PSDB Cidadania e PSOL Rede.

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